Aqui, na mesa ao lado, três,
à vez,
só falam negociês.
Nem dos filhos ou das mulheres,
(nem de gajas…),
nem de futebol,
nem de Jogos Olímpicos,
nem de jogos sem serem olímpicos,
nem de olímpicos sem serem jogos
nem de comida,
nem de bebida.
Nada de ócios,
só negócios!
Compro a tanto
vendo a tanto mais tanto
e, na opinião deste, o produto
logo o lucro na daquele,
e reage aqueleoutro
nem te conto
quanto fazem de desconto!,
até porque no mercado
o preço está marcado,
pois... com tanto imposto a pagar,
o que é preciso é facturar!
(embora por fora!, diz o outro)
Não há amigos,
nem parceiros, nem companheiros,
só há sócios, clientes e (indi)gentes
São jovens (ou têm a aparência)
E ouço-os, talvez com falta de decência,
e se, indecente, interviesse com o já escrito
ou apenas com um dito,
já sei que me diriam que estão a tratar da vida
e – afirmariam! – do futuro dos filhos queridos
… de que só então se lembrariam.
5 comentários:
Também já dei com alguns,
(são às resmas)
normalmente estão nas mesas
ao lado,
que diabo,
estão por todo o lado.
bjs
Ó diabo!, valha-nos deus...
Pois é, é a fruta do tempo que vivemos, alguma bem pôdre.
Beijos
Ainda há pouco tempo, numa espera que fiz à minha médica generalista, que por acaso é também directora do centro de saúde, por se tratar de uma visita mais particular que de "trabalho", esperei por ela numa sala que dá para o seu gabinete. Partilhei a sala e a espera com vários jovens (e menos jovens) delegados de propaganda médica, que agora têm um outro nome qualquer, mais politicamente correcto.
Falavam uns com os outros de medicamentos, novidades na saúde, experiências de vida no seu trabalho? Nãã!!! Durante uns penosos 45 minutos falaram sempre e sempre e sempre de aplicações, investimentos, off-shores, carteiras de acções...
Saí de lá mais doente do que entrei.
Foi-te difícil fazer a digestão desse almoço, não foi??
Se foi difícil a digestão? Nem por isso. Porque ia escrevendo...
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