faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 21 de novembro de 2009

Três mulheres e um carrinho de bebé


Almoçava com um amigo quando elas entraram. Três mulheres. Empurrando um carrinho de bebé. Discretamente.
No entanto, a entrada no pequeno restaurante não podia passar desapercebida. Eram, as três mulheres, altas e belas nas suas idades. E empurravam, como numa nuvem, um carrinho de bebé.
De longe, do canto da sala onde almoçava com o amigo, saudei as três mulheres. Tão discretamente como elas tinham entrado e ocupado o espaço onde se arrumaram e, com cuidados mil pelas três repartidos, ao carrinho de bebé.
Tudo parecia de novo tranquilo e rotineiro, como sempre estivera embora eu tivesse sido sobressaltado pela entrada das três mulheres empurrando um carrinho de bebé.
A conversa com o amigo continuava fluente. Sem pausas ou hiatos. Sobre coisas de nada. Ou de tudo. Mas, assim que houve uma brevíssimo silêncio, como quando se muda de ponto na ordem de trabalhos, ou na agenda de conversa, por um dos pontos se ter esgotado e faltar uma imediata “ponte”, pedi licença e levantei-me.
Fui saber notícias de quem, no seu carrinho de bebé, a tudo indiferente, dormia nos seus poucos dias de vida. Fui informado. Pela mãe, pela avó, e pela bisavó. Fui informado, de forma carinhosa, porque só assim falavam de quem ali estava e não por ser comigo, de que tudo correra bem, do nome: Pedro, da receptividade dos irmãos dois mais velhos, tão novinhos ainda.
E voltei ao meu lugar, e à conversa não interrompida, não sem antes deixar a muito repetida e inevitável recomendação "então agora tem de vir uma menina…", também com os muito repetidos e inevitáveis sorrisos doces e cheios de ternura das três mulheres. Uma bisavó, uma avó, e uma mãe. E um bebé num carrinho.

domingo, 15 de novembro de 2009

Elo-cubrações, com-vocações, &vocações


1. Às vezes, mas só às vezes..., tenho a sensação que a corrente saltou da roda dentada e que estou a pedalar em vão… só para dar às pernas!

2. Não sei nada!
Sei, apenas, que deixei passar a oportun(a)idade de hoje saber o que, hoje, sei que não sei.
Mas não desisto!
Há que aprender, aprender, aprender sempre. Até ao fim dos nossos saberes!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O envelhosermos

"...enquanto saboreamos ternamente o envelhecimento!"

justine (algures)

Ser democrata

No meu humilde pensar e na minha modesta prática (decerto nem sempre coerente ou consequente), ser democrata é também um modo de estar ao serviço da comunidade, mesmo quando cause dano a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, a interesses individuais ou a interesses de grupo (ou a grupos de interesses), sem o cálculo se assim estar traz, para si, vantagem ou prejuízo. Será estupidez? Talvez… esta coexiste adrede com humildade e modéstia.
anónimo do século xxi

sábado, 7 de novembro de 2009

Ele há cada descoberta...

... acabo de descobrir, via antena 1, que aquele fulano que eu julgava um covarde, afinal também é um cobarde.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sobre amizade e amigos - casos que põem em causa

Prezo muito a amizade. Por isso, de poucos direi sou amigo. E, depois, há casos recentes (será da minha idade?) que têm posto em causa amizades, algumas muito antigas, das que julgava para sempre.
Entre mais pequenas feriditas cicatrizadas, dois casos me afrontam como cicatrizes que não há meio de fecharem. Em definitivo. Para ficarem, arrumadinhas todas, ao lado de uma outra, grande e só minha, que não é por ser cicatriz que deixou de ter sido ferida. Menos ainda esquecida. Que foi grande, enorme. E fazedora de vida.
Podiam, essas duas, até ter sido, apenas, nódoas negras. Ou passado por terem sido, apenas, nódoas negras. Das tantas que passam com o tempo e uma pomadita. Mas não querem (será da minha idade?). Parece terem-se instalado como cicatrizes mal fechadas.
Um caso, depois de palavras e gestos meus esperançados que fossem esclarecedores de situações, terminou com a maldita “última palavra” (que frases foram): “Fomos amigos, podemos viver com essa recordação. Outros têm menos.” Outros terão menos. Mas isso não me compensa. A recordação não ajuda a cicatrizar.
Outro, foi o caso de divergências em campanha eleitoral e tomadas de posição, em que admito ter-me talvez excedido num ou noutro termo usado, e apanho com a definitiva (e para mim inaceitável) conclusão: «última nota. para que Sérgio Ribeiro não fique a ver o espectro de eu estar a “esconder uma opção pessoal por debaixo da capa de uma pretensa objectividade”, dou publicidade ao facto de o post que ele escreveu ter tido a utilidade de fazer-me rever uma das intenções de voto que tinha para amanhã». Que forma mais arrevezada de me dizer, como “última palavra”, não vou votar em si!; não merece o meu voto depois do que escreveu. Como castigo, como “pena” que puniria considerados desaforos? Reajo, hoje, ainda mais “a quente” do que, então, “a quente” reagi:
“A minha incurável transparência obriga-me, talvez desastradamente, a traduzir coisas que … arranjou maneira sinuosa de dizer: a lista da CDU para a AM terá perdido um voto! Tenho pena. Não pela perda do voto - e deste voto para mim tão significativo! Mas pelo processo que a tal terá levado, resultando no fecho de um episódio que me entristece. Que não quero que seja mais que um episódio, dado haver coisas e relações muito mais importantes para mim que isto de campanhas eleitorais e de votos. Muitos amigos tenho que não votam nas listas que integro, muitos amigos tenho que fazem campanha e/ou estão em listas em que não voto.”
Ainda mais “a quente”, hoje, porque me corrijo. Reiterando o que escrevi ao começar:
“Prezo muito a amizade. Por isso, de poucos direi sou amigo”.
E custa muito perdê-los, ou correr esse risco. Sobretudo quando, dos homens ou mulheres, se mantém a admiração pelo que são, e reconfortante ser (ou ter sido) dizer é meu amigo.

Pinça mentes

A Paz não é necessária para. Não é necessária para que haja mais escolas, mais hospitais, melhor educação, melhor saúde. E mais e melhor muitas outras coisas que são necessidades em si.
A Paz é necessária. Ponto final. Como necessidade em si. Porque, sem ela, a Humanidade corre perigo. De sobrevivência.
anónimo do século xxi

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pinça mentes

Saber ler é preciso, ler é bom, ler muito é óptimo, tresler é uma (des)graça.
Disse!

anónimo século xxi

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Borsalinadas

Desta vez, não almoçava sozinho. Aliás, a conversa saltitava de e para outras mesas. Havia alguma promiscuidade...
Na televisão, vinha à baila (ou"ao baile"?) a "face oculta". Da outra mesa, ouviu-se a boca do culpado vir a ser o contínuo, que tudo iris ficar em "águas de bacalhau", e da mesa onde estava, saltou boca parecida. Não se confia na justiça, 'tá visto! Eu apenas quis sublinhar que há sujeitos que, indo ou não ser condenados, já estão... condenados.
Voltei à nossa conversa. A dois. Eu explicava ao meu amigo a "mecânica" da Assembleia Municipal e o que tinha acontecido na sessão de sexta-feira, um pouco empolgado pela lição que foi, e pelo papel que nela desempenhara.
De repente, saiu-me "uma". Que, se estivesse sozinho, se o papel da mesa ainda fosse o mesmo, onde se pudesse escrever e não aquele novo (espero que provisório...), preto, teria ficado registada a borsalinada. Para memória futura (g'anda frase popularizada pelo caso Casa Pia).
Não a trouxe no papel, mas trouxe-a na cabeça:
A incongruência deste tempo: havendo tanta gente aqui na terra com qualidade (enumerei uma larga lista de nomes, tão larga que nela me inclui!), estamos (!) todos ausentes de responsabilidades formais e efectivas na vida em sociedade, e esta está entregue a mediocres, cujas únicas "qualidades" são a ambição pessoal e a falta de escrúpulos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Borsalinadas

Quando almoço sozinho, escrevo nas toalhas de papel frases à tôa. Depois, nalguns casos, transcrevo para aqui e rasgo.
Agora, agorinha mesmo, a arrumar (?) papéis, saltou um que, presumo, não foi transcrito, com coisas que me apetece transcrever, para arquivo.... São o fruto do que vou observando enquanto almoço.
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Gosto... das gentes!
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Ela parla, ela parla, ela parla... en franciu.
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As carnes aBUNDAm!
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Vocês não "fazem" o futuro, estão à espera dele, e esperam n'ele entrar à boleia dos que o "fazem".
Nós, não. Nós estamos na labuta desta luta filha da puta.
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Noutros tempos, os homens queriam e as mulheres abriam-se... mesmo sonolentas e frias.
Nos tempos de hoje, as mulheres querem (quando acordam) e os homens concordam, mesmo que não completamente acordados, mesmo que sonolentos. Foi muito bom, não foi? Bom dia!
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A curiosidade mata o gajo! Estou a vê-lo e a ouvi-lo: "Quem é aquele velhote de barbas? Conheço-o de qualquer lado... toda a gente lhe fala e o cumprimenta, e ele come sozinho e escreve, escreve, que estará ele a escrever? Raio de coisa."
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"Olá, camarada amigo... "meu" secretário-geral do "nosso" Partido!"
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S/data