Hoje, é dia de véspera!
Porque amanhã é sábado,
hoje é véspera de sábado.
Hoje, é dia de véspera!
Porque amanhã é 25,
hoje é véspera de 25
Hoje, é dia de véspera!
Porque hoje é 24 de Abril,
hoje é véspera de 25 de Abril!
Há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Era para ser véspera
de mais um dia de prisão,
de mais um dia de isolamento
de mais um dia de tormento
de um dia de julgamento
(no tribunal plenário);
talvez véspera de começo de interrogatório
talvez véspera de tortura
talvez de café escuro e de pão duro
Há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Era para ser, lá fora,
um dia de véspera de um dia mais
de véspera de um dia de sol triste
de trabalho triste,
de viver triste;
de esperar sem esperança,
de viver calado,
de viver amordaçado,
de viver censurado,
de viver oprimido,
de respirar um ar sem liberdade,
de respirar um ar pesado, denso, tenso
de olhar o outro com desconfiança,
um dia de amores com carácter de urgência,
do amor escondido e perseguido,
de fazer contas para o embarque para a guerra,
ou da fuga da terra para Franças e Araganças.
Hoje, há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Mas de uma véspera outra,
foi um dia de véspera do Dia,
do Dia de Sol,
de Alegria,
de Esperança,
de Vozes ao alto,
de Escrita sem censura,
de Ar livre e puro,
de olhar o outro como amigo,
(o povo unido jamais será vencido!),
foi o dia de começar a amar com amor,
só com amor e enquanto o amor,
de acabar com guerras,
de começar uma vida nova,
um mundo novo,
todo o futuro num ovo.
Hoje, há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Foi um dia de véspera do dia de todas as vésperas
das vésperas que começaram,
das vésperas que estão por cumprir,
das vésperas que foram tão atacadas,
que foram tão perseguidas,
e que tão atacadas,
e que tão perseguidas são.
Mas…
Hoje estamos e somos
o que os 25s de Abris quisemos
e deixámos
que fizessem de nós.
Há 35 anos, como hoje,
todos os dias são dias de véspera,
De vésperas de um futuro,
Se não esperarmos que se faça a hora,
se pelo futuro lutarmos,
agora!,
unidos comos os dedos da mão,
para chegarmos ao fim desta estrada
ao som (ou ao sol…) desta canção.
Hoje, 35 anos passados, hoje é dia de véspera
de Abril
de novo!
Porque amanhã é sábado,
hoje é véspera de sábado.
Hoje, é dia de véspera!
Porque amanhã é 25,
hoje é véspera de 25
Hoje, é dia de véspera!
Porque hoje é 24 de Abril,
hoje é véspera de 25 de Abril!
Há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Era para ser véspera
de mais um dia de prisão,
de mais um dia de isolamento
de mais um dia de tormento
de um dia de julgamento
(no tribunal plenário);
talvez véspera de começo de interrogatório
talvez véspera de tortura
talvez de café escuro e de pão duro
Há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Era para ser, lá fora,
um dia de véspera de um dia mais
de véspera de um dia de sol triste
de trabalho triste,
de viver triste;
de esperar sem esperança,
de viver calado,
de viver amordaçado,
de viver censurado,
de viver oprimido,
de respirar um ar sem liberdade,
de respirar um ar pesado, denso, tenso
de olhar o outro com desconfiança,
um dia de amores com carácter de urgência,
do amor escondido e perseguido,
de fazer contas para o embarque para a guerra,
ou da fuga da terra para Franças e Araganças.
Hoje, há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Mas de uma véspera outra,
foi um dia de véspera do Dia,
do Dia de Sol,
de Alegria,
de Esperança,
de Vozes ao alto,
de Escrita sem censura,
de Ar livre e puro,
de olhar o outro como amigo,
(o povo unido jamais será vencido!),
foi o dia de começar a amar com amor,
só com amor e enquanto o amor,
de acabar com guerras,
de começar uma vida nova,
um mundo novo,
todo o futuro num ovo.
Hoje, há 35 anos, hoje foi dia de véspera!
Foi um dia de véspera do dia de todas as vésperas
das vésperas que começaram,
das vésperas que estão por cumprir,
das vésperas que foram tão atacadas,
que foram tão perseguidas,
e que tão atacadas,
e que tão perseguidas são.
Mas…
Hoje estamos e somos
o que os 25s de Abris quisemos
e deixámos
que fizessem de nós.
Há 35 anos, como hoje,
todos os dias são dias de véspera,
De vésperas de um futuro,
Se não esperarmos que se faça a hora,
se pelo futuro lutarmos,
agora!,
unidos comos os dedos da mão,
para chegarmos ao fim desta estrada
ao som (ou ao sol…) desta canção.
Hoje, 35 anos passados, hoje é dia de véspera
de Abril
de novo!
2 comentários:
Nem imaginávamos que viria aí uma madrugada luminosa!
Abraço de Abril
Deixaste-me sem palavras... e com uma emoção... boa.
As tuas palavras percorreram ao longo do poema o caminho certo para chegarem ao fim... Abril de novo!
Beijos e um cravo Vermelho
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