Há dias que transbordam,
como um copo que não contém a água que nele se deita,
como um rio que não suporta as margens que o oprimem,
como um corpo que não cabe na roupa que o cobre,
como um lençol que se puxa para o pescoço e deixa os pés ao frio,
como um fogo que vence as trincheiras da segurança.
.
Como os dias que ultrapassam as suas convencionadas 24 horas,
como um dia de Abril que ignorou calendários de rotina,
como um dia de Abril de 1974 que não foi apenas passo no tempo medido,
como um dia de Abril de 1974 que não foi apenas passo na vida tensa, contida,
como um dia de Abril de 1974 que foi salto para outros dias de futuro,
como um dia de Abril de 1974 que foi salto para uma vida outra, viva.
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Como um 25 de Abril de 1974 que abriu portas para depois do dia acabado,
como um 25 de Abril de 1974 que rasgou caminhos dos que se fazem caminhando,
como os 25 de Abril sempre, de todos os anos, que não se deixam esquecer,
como os 25 de Abril sempre, de todos os anos, que não deixam esquecer
como este 25 de Abril para um 25 de Abril de novo,
como este 25 de Abril de 2009 que continua hoje, e amanhã, e nos dias que vierem!
3 comentários:
Para sempre a esperança
Que bonito...
porque o nosso 25 de Abril é um dia de todos os dias, dos que são e dos que virão...
...como hoje, e sempre:))
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