faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

domingo, 16 de setembro de 2007

O PUTO REGUILA - 9 e último

No regresso a casa, à sala dos convívios, ainda havia alguns resistentes à espera do resultado da “conferência”. Com alguma excitação ensonada.
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Contei-lhes (quase) tudo. Houve, logo ali, actos de contrição. Como é que se podia adivinhar, disseram uns, sempre há cada coisa, disseram outros, ao que isto chegou, pensaram todos.

No dia seguinte, o Toino foi o nosso convidado para o almoço e ficou a fazer parte do nosso grupo de amigos. Sem grandes exuberâncias.

Com naturalidade, foi adoptado por todos como já o tinha sido por mim. Passou a ter outras fontes fornecedoras de calendários e de outras coisas de que gostava, e também de livros para continuar a lembrar-se que sabe ler e de que gosta.

Lá vai fazendo pela vida. Sempre reguila. E digno.


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Como?, o Zé?
Ah... esse nunca mais foi visto depois daquela noite. Abalou, coitado! Mas é bem verdade que não o devíamos esquecer. E a nenhum Zé.

5 comentários:

GR disse...

Rapidamente chegou ao fim!!!
História de vida(s) precocemente mal vividas.
O Toino teve a sorte de se cruzar, com um homem de valores nobres.
O Zé cruzou-se com usurpadores da infância, algozes de frágeis crianças!
Rapidamente chegou ao fim!!!

Parabéns, Magnifica história!
Como gostei!

Permite-me dizer aos que por aqui passam,
Sei que não sou a única a visitar este excelente blog, feito com o esforço de quem muitos afazeres tem, e nenhum tempo tem para si!
É um privilégio podermos ler estes contos, uma alegria poder comentá-los!
Que bom seria que os visitantes que por aqui passam, fizessem observações.
Com poucas palavras muitos de vocês dizem tudo, é muito agradável ler as vossas análises. Não só porque gosto dos comentadores, como recompensa o trabalho do autor.

Um bj tão grande, como a história com que nos presenteaste.

GR

Anónimo disse...

Obrigado, muito obrigado, GR. Por tudo. Pela presença incansável, pelas palavras com que a preenches.
Está a dar-me grande prazer desengavetar estas estórias. Esta fórmula, que tenteio, parece-me interessante. Chega a pessoas! Gostaria de ter mais contra-provas do que sinto. A tua é-me muito grata e tornou-se indispensável. Se dúvidas me assaltassem (sou um homem que as tem, e muitas... mas que não deixam que o assaltem!), tu ajudavas-me a vencê-las.
Obrigado, também, aos que têm mantido silêncio, ou que só de vez em quando o quebram, mas que sei que estão aí.
Apareçam.
Vou fazer, a partir de amanhã, uma curta pausa, por razões pessoais verdadeiramente imperiosas, mas voltarei no fim da semana com uma nova estória. E, se calhar, terei de estar esta semana toda de "jejum informático". Depende...
Abraços para todos.

Anónimo disse...

Ah! Devo reafirmar, para que não haja quaisquer dívidas, que O PUTO REGUILA é mesmo ficção. Do cordel, mas ficção. E a primeira pessoa do singular em que está escrita não quer dizer que seja eu a contar uma história que tenha vivido. As vivências de que nascem as figuras do Toino e do Zé existem, mas - repito - não há ESTES Toino e Zé. E o narrador é o narrador... que não exite e foi criado pelo autor para contar uma estória inventada.
Tudo claro?! Claro que não, como é próprio da ficção que nasce na vida, nas vivências... Ou seja tudo isto - mas tudo! - a dialéctica da vida.

Maria disse...

Não consegui comentar os capítulos anteriores, tal era a pressa de chegar a este....
Não posso deixar de dizer que me rolou uma lágrima, nos dois últimos capítulos.
O Toino é um puto cheio de sorte. Porque conheceu gente certa na hora certa.
Quanto ao Zé.... quanto tempo ainda teremos de esperar para que situações destas não sejam realidades? Quantos Zés se deslumbram por meia dúzia de tostões e se perdem?
E os ladrões dos Zés? Os que nos roubam os Zés?

Obrigada pela estória, Sérgio.

Um abreijo....

Maria disse...

Vou sentir falta das tuas estórias durante esse "jejum", que espero seja muito breve, e que voltes logo logo para a nossa companhia....

Que tudo corra bem...