faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A falta que me fazem aqueles 50 paus... - 7

Durante o ano de 2002, até ao último sábado de Novembro, foram doze as notas, metidas em envelopes com o nome do Eduardo escrito em letra de cursivo, que o avô lhe deu.

No mês anterior, em Dezembro, naquele Natal, o avô chamou-o ao quarto onde estava acamado já há dias – “… que cara é essa, rapaz?… isto não é morte d’homem…”, sorrindo como se apenas tivesse dito uma graça –, e entregou-lhe, às escondidas de todos, o último envelope com o nome dele, escrito com letra trémula mas ainda bem legível no frontespício, e duas notas de cinquenta escudos dentro.

O Eduardo saíra do quarto com lágrimas nos olhos.

Fora, talvez, o último gesto que o avô fizera antes de morrer.
.
Assim o contou.

2 comentários:

Maria disse...

Ai, hoje não digo nada.....
Até amanhã

GR disse...

O avô era homem de palavra!
Não era o valor do dinheiro, mas o gesto com grande significado!

GR