faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Contando um (re)encontro neste amor que se conta - 18

Ela,
na chegada a Bruxelas,
a angústia, o susto, o desespero


Mais perto de Bruxelas, aumentou a preocupação.

O atraso parecia que se tinha alargado, e ela começou a fazer contas. O seu horário estava apertado, mais que apertado, estrangulado.

Quando chegou à Gare Central, estava assustada. Não podia ser!

O seu malfadado hábito de não olhar para o relógio e de confiar… Mas, também, de que adiantaria ter sabido mais cedo que o comboio se estava a atrasar? Não seria isso que o teria feito andar mais depressa e recuperar o atraso que, pelo contrário, se alargara ao aproximar-se de Bruxelas.

Na Gare Central, teve o bom senso de não saltar para o primeiro comboio para Zaventem. Foi informar-se. O atraso tinha sido mesmo muito significativo, e não havia transporte para o aeroporto que a levasse a chegar a tempo de apanhar o avião para Lisboa. Que, aliás, já devia estar a partir.

Ainda telefonou na esperança de que os atrasos fossem contagiantes. De comboio para avião…

Mas não. O avião estava mesmo a partir. À tabela!

Ficou desesperada. O minucioso programa todo estoirado. E ele, lá, “na terra”... ou a caminho. Tanto lhe fazia...

As lágrimas, de desgosto, de raiva, de impotência, começaram a cair-lhe pela cara.

4 comentários:

Maria disse...

Que bom.....
Ela vai deixar rolar as lágrimas enquanto vagueia um pouco pela cidade até se cansar.
Logo logo irá para casa, e aí terá a grande, enorme, belíssima surpresa de dizer "ainda bem que o combóio se atrasou..."
(digo eu, que não sou a autora da estória...)

Até amanhã

Anónimo disse...

E dizes bem, dizes bem.
Também és co-autora...
Será quase assim. Quase!
Tenho de dar ainda algum ambiente bruxellois.

Tanita disse...

Está quase, quase!

Anónimo disse...

É hoje.
Ai vou eu...