faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

domingo, 2 de setembro de 2007

Contando um (re)encontro neste amor que se conta - 13

Em Bruxelas,
ela,
em trânsito e enredando-se


Ela, em Bruxelas, dormiu pouco e fez madrugada para resolver tudo.

Pelo telefone, com uma rápida ida ao aeroporto, com partida de e com regresso à Gare Central, antes de se meter no comboio para Roterdão, com o risco de chegar a Roterdão com um pequeno atraso.

Teria de dormir num hotel em Roterdão, depois do jantar a que não poderia faltar. Voltaria, também de comboio, no começo do dia de sexta-feira, e iria directamente para o aeroporto. Apanharia o avião para Lisboa, no meio da manhã, e chegaria pela hora de almoço, com o bónus da hora a menos da diferença horária.

Assim, estaria em casa no começo da tarde, à espera dele, que viria dos trabalhos em que andava, para ir buscar o computador e alguma roupa e arrancar para “a terra”, onde, segundo dissera, resolvera ir carpir a solidão naquele fim-de-semana completamente frustrado e que só ali seria suportável.

Isto foi o que ele lhe dissera, ao telefone, com insistência, antes de terem de desligar, de se desligarem do telefone.

O que tinham feito com dificuldade, mas com alguma pressa. Tanta que nenhum detectara a mal escondida pressa do outro, a partir de certa altura da conversa.

O caso, ou os casos…, é que assim começaram a acontecer as coisas.

4 comentários:

Maria disse...

Pois.....
Já estou a ver que nem sequer se cruzam no ar, pois se ele vai de carro, ela nem o sobrevoa já que o golfo da biscaia não é automobilizável (que raio de palavra inventei..)
Sabes, autor, estou também a fazer esta viagem por Bruxelas. E por Louvain. Há trinta e muitos anos....
Espero que esta estória de encontros e desencontros termine da melhor forma. Com o tal merecido jantar a dois, nem que seja daqui a 8 dias....

Até logo

Anónimo disse...

Morno, morno... quanto aos cruzamentos transviados e biacaínos.
Quanto aos jantares daqui a 8 dias, espero ter vários.
É um dia - três dias - para jantar mais que uma vez... se calhar o "jantar a dois" é que ficará para outras oportunidades, se os horários permitirem ou para isso contribuirem.

GR disse...

Se “ela” ao menos se atrasasse devido ao jantar!
Mas não! já deu para ver que “ela” é uma mulher metódica e decidida.
Não haverá nenhuma greve dos pilotos? Assim o avião não poderia deslocar-se. “Ela” iria desolada para o apartamento, ao abrir a porta encontraria quem muito deseja.

GR

Anónimo disse...

Assim não vale, GR...
De qualquer modo, os pilotos são pouco de fazer greves (isto sem ofensa!)