Era o Toino!. Aos berros, histérico, completamente fora de si. Vestido com uns calções mal remendados a fazerem de fato de banho, ainda completamente encharcado.
Felizmente, ganhei a corrida e cheguei lá antes de todos. Porque conheço os atalhos e os obstáculos, e porque acordo depressa e lúcido quanto baste. Por isso, evitei algumas reacções mais espontâneas e destemperadas.
Tive de me impor. "Qu'é isto? Justiça popular ou quê? Umas chapadas porquê?... Sabem o que se passou? Não vêem que o puto está a sangrar?".
Era verdade. Um lenho, na cabeça do Toino, junto ao couro cabeludo, sangrava. E ele berrava, histérico "g'ande cabrãozão, s'o apanho abraso-o...". E chorava, convulsivamente, e dizia mais coisas, algumas delas felizmente inaudíveis. O estado de completo descontrolo ajudou-me a acalmar os outros que consegui conservar a distância conveniente, e encaminhar todos os “figurantes” para a sala onde o convívio de meias horas antes ainda não arrefecera.
Levei o Toino para a casa de banho, não sem alguma dificuldade. Lavei-lhe a ferida, desinfectei-a. Tinha sido uma pedrada, era evidente. Mas sem grande importância. Apanhara-o de raspão.
Felizmente, ganhei a corrida e cheguei lá antes de todos. Porque conheço os atalhos e os obstáculos, e porque acordo depressa e lúcido quanto baste. Por isso, evitei algumas reacções mais espontâneas e destemperadas.
Tive de me impor. "Qu'é isto? Justiça popular ou quê? Umas chapadas porquê?... Sabem o que se passou? Não vêem que o puto está a sangrar?".
Era verdade. Um lenho, na cabeça do Toino, junto ao couro cabeludo, sangrava. E ele berrava, histérico "g'ande cabrãozão, s'o apanho abraso-o...". E chorava, convulsivamente, e dizia mais coisas, algumas delas felizmente inaudíveis. O estado de completo descontrolo ajudou-me a acalmar os outros que consegui conservar a distância conveniente, e encaminhar todos os “figurantes” para a sala onde o convívio de meias horas antes ainda não arrefecera.
Levei o Toino para a casa de banho, não sem alguma dificuldade. Lavei-lhe a ferida, desinfectei-a. Tinha sido uma pedrada, era evidente. Mas sem grande importância. Apanhara-o de raspão.
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Dei um sedativo ao puto. Também ele se ia acalmando. Sem deixar de chorar, todo baba e ranho.
Com um braço por cima do ombro, levei-o para o meu escritório-refúgio. Era preciso que ele falasse. Que deitasse coisas cá para fora. Que esvaziasse o saco. E ele falou. Pelo meio das lágrimas e dos soluços.
Com um braço por cima do ombro, levei-o para o meu escritório-refúgio. Era preciso que ele falasse. Que deitasse coisas cá para fora. Que esvaziasse o saco. E ele falou. Pelo meio das lágrimas e dos soluços.
1 comentário:
Reconheçamos que o visitante mais não fez que proteger a casa (piscina) no amigo.
Pobre Toino, mesmo na calada da noite foi apanhado!
Contudo, mais uma vez o “Amigão” demonstrou-lhe o afecto, respeito e compreensão que tanto lhe falta. Conheci muito de perto crianças assim, tão carentes! Não só de carinho, mas, sobretudo de palavras.
Lindíssima história!
É para mim um grande privilégio conhecer pessoalmente o autor (bastante madrugador)!
Bjs,
GR
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