O que se podia fazer com 50 paus naquela altura, há mais de trinta anos… E ele ainda só a chegar aos 10 anos!
Lembrava-se que aquele dinheiro lhe dava para comprar dois livros. Aliás, como o avô, no mês seguinte, ao fazer o que passou a chamar “pagamento de salário”, chegara a insinuar. Embora sem nada insistir, ou sequer aconselhar, mas só a título de exemplificação como se podiam gastar 50 escudos...
Mas o mais importante, para ele Eduardo, é que, durante mais de trinta anos, todos os meses, o avô, no último sábado de cada mês, lhe entregava um envelope com uma nota de cinquenta lá dentro.
Em determinado momento, adaptando-se ao evoluir social, mas não à inflação!..., por Julho e Dezembro as notas eram em duplicado.
Nesses dois meses eram duas notas de cinquenta escudos que estavam dentro do envelope. A título de subsídio de férias e de subsídio de natal, dissera-lhe o avô na primeira vez que fez, piscando-lhe o olho e dizendo-lhe que assim o dispensava de ir fazer queixa ao sindicato por o patronato não respeitar as conquistas de Abril…
Era quase um ritual. No último sábado de cada mês, exceptuando em Dezembro em que a entrega do envelope era por altura do Natal, mas sempre antes.
Quando o euro entrara nas nossas vidas portuguesas, e o escudo delas saiu, no ano anterior, em 2002, as coisas poderiam ter-se complicado. Mas não.
Lembrava-se que aquele dinheiro lhe dava para comprar dois livros. Aliás, como o avô, no mês seguinte, ao fazer o que passou a chamar “pagamento de salário”, chegara a insinuar. Embora sem nada insistir, ou sequer aconselhar, mas só a título de exemplificação como se podiam gastar 50 escudos...
Mas o mais importante, para ele Eduardo, é que, durante mais de trinta anos, todos os meses, o avô, no último sábado de cada mês, lhe entregava um envelope com uma nota de cinquenta lá dentro.
Em determinado momento, adaptando-se ao evoluir social, mas não à inflação!..., por Julho e Dezembro as notas eram em duplicado.
Nesses dois meses eram duas notas de cinquenta escudos que estavam dentro do envelope. A título de subsídio de férias e de subsídio de natal, dissera-lhe o avô na primeira vez que fez, piscando-lhe o olho e dizendo-lhe que assim o dispensava de ir fazer queixa ao sindicato por o patronato não respeitar as conquistas de Abril…
Era quase um ritual. No último sábado de cada mês, exceptuando em Dezembro em que a entrega do envelope era por altura do Natal, mas sempre antes.
Quando o euro entrara nas nossas vidas portuguesas, e o escudo delas saiu, no ano anterior, em 2002, as coisas poderiam ter-se complicado. Mas não.
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Ao que parecia, o avô tinha guardado um stock inesgotável de notas de cinquenta escudos.
3 comentários:
Decididamente só o café tem o mesmo nome: central.
Deve haver um café central em cada terrinha...
Bem semanada com direito a subsídio de férias e natal.... um luxo!
O último parágrafo deste capítulo está lindo...
(a troca de notas no BPortugal pode ser feita durante 20 anos, dizem....)
Até amanhã
Olá, boa noite!
Lá vim de Lisboa - Hotel Roma/audição para a Conferência Económica - a tempo de estar um pouco com os meus eventuais leitores e com as minhas reais leitoras. Que bom...
Estou para o cansadote.
Até amanhã
Há mais de trinta anos 50$ dava para comprar um livro (!).
Todos os meses um livro, um começo para a sua biblioteca.
Que fez o Eduardo com o dinheiro?
GR
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