Aquele sábado, de Janeiro de 2003, aquele dia em que estava reunida a tertúlia, era o primeiro último sábado de um mês, desde há mais de trinta anos, em que o Eduardo não recebera o envelope com o “salário” que o avô decidira pagar-lhe para assinalar que ele dera um passo para ser um homem.
À guisa de curiosidade, o Eduardo ainda contou que nem ele nem ninguém encontrou, em lado algum dos sítios onde o avô guardava as suas coisas, mais quaisquer notas de cinquenta escudos.
Ele bem procurara! Aquelas teriam sido as duas últimas.
À guisa de curiosidade, o Eduardo ainda contou que nem ele nem ninguém encontrou, em lado algum dos sítios onde o avô guardava as suas coisas, mais quaisquer notas de cinquenta escudos.
Ele bem procurara! Aquelas teriam sido as duas últimas.
5 comentários:
.... e ele procurou debaixo do colchão? Desculpa
Estou a ficar nervosa com a estória...
Até amanhã
Se calhar entendo o teu nervosismo.
Mas olha que não é caso para isso.
A estória acaba já amanhã. E em tertúlia recomposta da estória,
Esta coisa das últimas notas, de não aparecerem mais nenhumas, é só para dar um pequeno toque esotérico à estória.
Já tenho uma outra, que me aconteceu ontem, para contar.
Ainda não decidi em que formato.
E terei um dia muito sobrecarregado, com idas a Torres Novas e a Santarém.
A ver vamos...
A falta de afecto do avô que um simples gesto (envelope) os foi unindo mais.
A memória ficou!
(as notas não estariam atrás dos quadros, entre as telas?)
Bom dia de trabalho e um forte abraço para Torresa Novas!
GR
Oh, GR, contei mal.
O avô desta estória em nenhuma altura mostrou falta de afecto pelo neto. Bem pelo contrário. Teve, em determinada altura, uma maneira de o manifestar que foi, a meu ver, pedagógica, contrariando um certo "endeusamento" do menino e correlativo esquecimento de outros meninos.
Pedia-te, Guida, que lesses a conversa entre avô e neto de que resultou o "ritual" dos 50 paus. Parece-me (quis que fosse, mas não o terei conseguido) definidora da personalidade do avô, que tu dizes ter "falta de afecto" quando me parece ter bem o contrário.
Mais ainda te agradeço.
Um beijo
Então é assim!
Conheci uma miúda (há uns 42 anos, na altura tinha uns 7 ou 8 anos),quando um familiar muito chegado lhe dava dinheiro quinzenalmente,não era por uma atitude pedagógica (como a do conto!) para saber dar valor ao dinheiro, saber poupar e acima de tudo saber utilizar o dito!
Era sim, para despachar! Não tinha que escolher a prenda. Talvez nem soubessem o que a criancinha gostava, talvez nunca tivessem reparado! Eram notas que começavam em 5, terminavam com muitos mais zeros.
Dinheiro na mão da criança tornava mais feliz? Era uma prenda?
Porém, a caneta é guardada no bolso, bem junto ao coração! O jantar alimentou-lhe a memória para o resto dos seus dias. O dinheiro tornou-se um hábito, uma rotina!
Essa miúda ainda hoje, guarda o trevo seco que lhe ofereceram, o livro com a dedicatória, o porta-chaves, prendas simples.
Do dinheiro? Nem se lembra!
Gr
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