Até que no último sábado de Janeiro, os amigos notaram algo diferente no Eduardo, que fora o primeiro a chegar.
Não que não estivesse a participar, que não entrasse nas conversas. Mas o seu ar era triste, muito triste, uma nuvem parecia cobrir-lhe o olhar, habitualmente vivo e claro.
Começaram por lhe perguntar pela saúde e tiveram a resposta de que a epidemia de gripe de que tanto se falava, e que provocara baixas na tertúlia, não entrara naquele corpo compacto e resistente a todos os vírus.
Mas, apesar de ele fazer um esforço que não podia esconder para participar como sempre nas conversas, era notório que havia ali qualquer coisa que fazia do Eduardo um homem diferente do habitual.
Os amigos continham a vontade de lhe perguntar o que se passava e esperavam que o dique se abrisse.
E o dique abriu, primeiro com uma lágrima irreprimível e disfarçada nas costas da mão, depois com uma torrente soluçada.
“Desculpem lá, desculpem lá… já passa…”, fungou ruidosamente, limpou as lágrimas num lenço enorme que tirou do bolso, sorriu, abriu a cara e atirou um enigmático “desculpem lá… tudo isto por causa de cinquenta paus… nunca um dinheiro me fez tanta falta… e são só vinte e cinco cêntimos!”.
Os amigos olharam para ele espantados. Como quem pede explicações. Que logo vieram.
“Ó malta... desculpem lá… não fui capaz de me aguentar. E foi mesmo só por causa de 50 paus. E eu, como sabem, não sou nada do género tio Patinhas…
Mas é uma história que vocês, que tão bem me conhecem, nunca ouviram… nunca vos contei!
(pausa) … também não tinha nada que vos contar…”.
Todos aumentaram o silêncio em que já estavam.
Um, timidamente, ainda começara a pedir para ele contar – ele, que até contava tão bem… – mas foi, imperiosamente, mandado calar por gestos e olhares dos outros.
Sabiam, todos, que o Eduardo tinha mesmo uma história para contar e até já começara. E aquela não era, pelos preâmbulos, uma história qualquer...
Ele que se decidisse.
Não que não estivesse a participar, que não entrasse nas conversas. Mas o seu ar era triste, muito triste, uma nuvem parecia cobrir-lhe o olhar, habitualmente vivo e claro.
Começaram por lhe perguntar pela saúde e tiveram a resposta de que a epidemia de gripe de que tanto se falava, e que provocara baixas na tertúlia, não entrara naquele corpo compacto e resistente a todos os vírus.
Mas, apesar de ele fazer um esforço que não podia esconder para participar como sempre nas conversas, era notório que havia ali qualquer coisa que fazia do Eduardo um homem diferente do habitual.
Os amigos continham a vontade de lhe perguntar o que se passava e esperavam que o dique se abrisse.
E o dique abriu, primeiro com uma lágrima irreprimível e disfarçada nas costas da mão, depois com uma torrente soluçada.
“Desculpem lá, desculpem lá… já passa…”, fungou ruidosamente, limpou as lágrimas num lenço enorme que tirou do bolso, sorriu, abriu a cara e atirou um enigmático “desculpem lá… tudo isto por causa de cinquenta paus… nunca um dinheiro me fez tanta falta… e são só vinte e cinco cêntimos!”.
Os amigos olharam para ele espantados. Como quem pede explicações. Que logo vieram.
“Ó malta... desculpem lá… não fui capaz de me aguentar. E foi mesmo só por causa de 50 paus. E eu, como sabem, não sou nada do género tio Patinhas…
Mas é uma história que vocês, que tão bem me conhecem, nunca ouviram… nunca vos contei!
(pausa) … também não tinha nada que vos contar…”.
Todos aumentaram o silêncio em que já estavam.
Um, timidamente, ainda começara a pedir para ele contar – ele, que até contava tão bem… – mas foi, imperiosamente, mandado calar por gestos e olhares dos outros.
Sabiam, todos, que o Eduardo tinha mesmo uma história para contar e até já começara. E aquela não era, pelos preâmbulos, uma história qualquer...
Ele que se decidisse.
2 comentários:
Uma estória dentro de outra estória....
Vamos lá ver quando se "descose" o Eduardo (que não teve medo de se desfazer em lágrimas em frente dos amigos).
Gosto das pessoas que se emocionam e não reprimem emoções....
Até logo
Que história terá o Eduardo para contar que tanto o perturbou???
GR
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