faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 1 de setembro de 2007

Contando um (re)encontro neste amor que se conta - 12

Recomeço, reincidência,
ou, em Bruxelas,
a teia


Ela, ainda nessa noite, melhor se diria ainda com o telefone quente, telefonou para o aeroporto de Bruxelas, para a Sabena, para a TAP, para os caminhos-de-ferro.

Embora não pudesse resolver nada em definitivo, foi colhendo dados, informações. Partindo do pressuposto que ele iria antecipar a passagem do fim de semana à "terra" (como ele dissera ao telefone, com um voz de desterrado).

Os horários e as marcações diziam-lhe que era possível. Por ironia, valia-lhe o cartão de passageiro frequente... dele & companhia.
Assim se foi deitar. O que é bem diferente de escrever que foi dormir...



Recomeço, reincidência,
ou, em Lisboa,
a conspiração


Ele, mal desligou o telefone, arrancou logo para o computador, abriu uma folha de cálculo Lótus 123, e começou a fazer contas, apoiado em viagens que fizera antes.

Confirmou tudo.

Cerca de 2.200 quilómetros, muitos por auto-estrada. Mas com o parenteses da IP5, e nem em toda a Espanha, embora em cada viagem maior fosse o troço de autopistas espanholas em que podia rolar em velocidades apreciáveis, velocidades de auto-estrada.

À volta de 20 horas de condução, sem paragens à média de 110 à hora, o que não era nada mau contando com algum trânsito e ter de atravessar Paris!

Em resumo, contas feitas, se partisse dali a pouco tempo, lá para a meia-noite, com as paragens para comer qualquer coisa e para meter combustível, com os possíveis engarrafamentos, podia chegar a Bruxelas na noite/madrugada de sexta-feira, apesar de mais uma hora de diferença horária.

Bem antes de ela regressar de Roterdão e de voltar ao apartamento, de onde iria partir, na tarde de sexta-feira ou na manhã de sábado, para um fim-de-semana belga não como desejado pelos dois. Sozinha.

Como lhe aconselhara ao telefone, talvez com uma ida a Bruges para que o domingo chegasse mais depressa. Teria ela ouvido o conselho, já a magicar outros planos?

3 comentários:

Maria disse...

Mas ela vai acelerar a reunião em Roterdão. E vai deixar Bruges para outro altura....
... porque o que ela quer mesmo é voltar para o apartamento de Lisboa...
Se ele decidir ir de carro não vai lá chegar a tempo de se encontrar com ela...
Mas espero por amanhã para ver, ou melhor, para ler....

Boa noite, até amanhã

Anónimo disse...

Faites vos jeux!
Os dados estão lançados...
É o casino da vida. Embora ficcionada.

GR disse...

“Ele” não deve fazer uma viagem tão longa, sempre a “espanar” é perigoso!
Agora a confusão é (para mim) total.
“Ela de avião”, “ele” de carro!
É como eu digo, vai dar raia!

GR