faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

segunda-feira, 3 de março de 2008

Estou na sexta fila do anfiteatro, na terceira cadeira.

Olho à minha volta e vejo camaradas de todas as idades. Os meus olhos demoram-se, confortados, nos mais jovens. Que são tantos!

Na comprida mesa em frente, lá em baixo, caras que há anos conheço e envelheceram, ano a ano, luta a luta, com a minha, agora também alternando com algumas caras jovens, tão jovens...

Fixo-me, como se estivesse ao espelho, naqueles em quem os cantos da boca descaem, o que é acentuado pela barba que, embranquecida, deixa uns riscos mais escuros, de sombra, a descerem do bigode para orlarem as "pêras", estas talvez mais brancas ainda que o resto da barba e do cabelo.

Ó meus amigos, em vez do acento circunflexo (^), ao menos o til (~) que é meio sorriso. Que tal?... é que um homem tem de sorrir à morte nem que seja só com meia cara!

E temos razões para isso, não é verdade?

3 comentários:

Justine disse...

Um homem tem de sorrir à vida,toda, inteira, até com as várias mortes que ela nos vai trazendo, dia a dia...

Sal disse...

Sorri. Não deixes de o fazer. Mesmo quando uma lágrima te turvar os olhos...

GR disse...

Queria ter um pouco de humor para poder comentar mas, (fica para o Samuel)este texto está tão lindo, tão leve, tão doce...comovi-me!

Parabéns pelo teu imenso e constante sorriso!

GR