São poucas as famílias da História. Menos ainda as que fizeram dinastia. Mais são aqueles que se arrogam de árvore genealógica até às penumbras do tempo. Todos esquecidos que, a ser certo aquilo em que a maior parte desses acreditam, teríamos todos, mas todos e todas as famílias, a mesma raiz. Ou caroço-semente. De maçã.
Mas todas as famílias têm histórias (ou estórias se se preferir…). Senão não seriam famílias. O que quer dizer que todas as famílias têm memória. Gostaria de contribuir para que algumas das histórias ante(s)passadas da minha família não se perdessem. Que não deixassem, comigo, de ser memória.
De um lado, um avô que parece ter tido “a roda” por genealogia, por isso apenas de nome Albino e Ferreira, e uma avó, Damásia, de que só conheci parentes de de-vez-em-quando, e três filhas, uma delas minha mãe, cada uma com um filho, e eu um deles, o mais novo da mais nova, a Casimira e o José Luís; do outro lado, do paterno, um avô que morreu muito cedo, uma avó lá longe, o meu pai filho único, nem primos nem primas, a não ser os que apareceram quando meu pai pareceu emigrante (em Lisboa...) que vingara e alguma notoriedade me tocou porque a televisão ajudou.
Tudo muito pouco, muito disperso, muito ralo. Mas com histórias!
A minha tia mais velha, a tia Guilhermina, é hoje um mistério para mim, que, curiosamente, não o foi quando era muito mais novo e com a família convivia e crescia. Conheci-a casada com o meu tio – só por afinidade(s) e pouca(s) – Adrião. Mas esse era um casamento, como então se dizia, em segundas núpcias, porque casada fora com um senhor Pena, oficial do exército, de quem se divorciara quase logo depois de terem tido uma filha, a minha prima Casimira já aqui referida e noutra ante(s)passadas histórias. E tudo isto era uma espécie de tabu consensual porque… de “isto” não se falava.
Só muitos anos mais tarde, comecei a perguntar-me de razões, até porque, nos anos 30, ser divorciada não era coisa comum e, para mais, a minha prima vivia com o pai e não com a mãe, o que tornava a situação atípica, ainda mais naqueles tempos.
A minha tia Guilhermina era uma mulher cheia de charme, ou talvez coquetismo (para continuar nos francesismos), que tinha problemas cardíacos e o meu “tio” Adrião, empregado de farmácia, mostrava de forma ostensiva desvelos e cuidados extremos com a sua saúde. Assim como tinha ciúmes enormes que, de vez em quando, rebentavam em explosões, como numa festa no antigo jardim de Vila Nova de Ourém em que trocas de olhares que o meu “tio” achou suspeitos trouxeram para o Zambujal valente discussão e amuos de que fui nvoluntário (?) ouvinte.
As histórias ante(s)passadas também são feitas destas recordações. E há mais.
Mas todas as famílias têm histórias (ou estórias se se preferir…). Senão não seriam famílias. O que quer dizer que todas as famílias têm memória. Gostaria de contribuir para que algumas das histórias ante(s)passadas da minha família não se perdessem. Que não deixassem, comigo, de ser memória.
De um lado, um avô que parece ter tido “a roda” por genealogia, por isso apenas de nome Albino e Ferreira, e uma avó, Damásia, de que só conheci parentes de de-vez-em-quando, e três filhas, uma delas minha mãe, cada uma com um filho, e eu um deles, o mais novo da mais nova, a Casimira e o José Luís; do outro lado, do paterno, um avô que morreu muito cedo, uma avó lá longe, o meu pai filho único, nem primos nem primas, a não ser os que apareceram quando meu pai pareceu emigrante (em Lisboa...) que vingara e alguma notoriedade me tocou porque a televisão ajudou.
Tudo muito pouco, muito disperso, muito ralo. Mas com histórias!
A minha tia mais velha, a tia Guilhermina, é hoje um mistério para mim, que, curiosamente, não o foi quando era muito mais novo e com a família convivia e crescia. Conheci-a casada com o meu tio – só por afinidade(s) e pouca(s) – Adrião. Mas esse era um casamento, como então se dizia, em segundas núpcias, porque casada fora com um senhor Pena, oficial do exército, de quem se divorciara quase logo depois de terem tido uma filha, a minha prima Casimira já aqui referida e noutra ante(s)passadas histórias. E tudo isto era uma espécie de tabu consensual porque… de “isto” não se falava.
Só muitos anos mais tarde, comecei a perguntar-me de razões, até porque, nos anos 30, ser divorciada não era coisa comum e, para mais, a minha prima vivia com o pai e não com a mãe, o que tornava a situação atípica, ainda mais naqueles tempos.
A minha tia Guilhermina era uma mulher cheia de charme, ou talvez coquetismo (para continuar nos francesismos), que tinha problemas cardíacos e o meu “tio” Adrião, empregado de farmácia, mostrava de forma ostensiva desvelos e cuidados extremos com a sua saúde. Assim como tinha ciúmes enormes que, de vez em quando, rebentavam em explosões, como numa festa no antigo jardim de Vila Nova de Ourém em que trocas de olhares que o meu “tio” achou suspeitos trouxeram para o Zambujal valente discussão e amuos de que fui nvoluntário (?) ouvinte.
As histórias ante(s)passadas também são feitas destas recordações. E há mais.
2 comentários:
... e como és parecido com a tua tia Guilhermina....
Fico à espera de mais...
A Maria tem razão! és muito parecido com a tia Guilhermina.
Senhora decidida, nos anos 30 divórcio? Uh,Uhh!
GR
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