As histórias ante(s)passadas não são apenas de antepassados. Ou de da família que família é por laços de sangue, óvulo, esperma, genes.
Por ponto de partida, motivação, também têm, ou podem ter, a amizade. Sobretudo se for de amizade que fraterna se possa dizer. Porque o que se viveu o merece. E assim se sente.
A MLÓ (Maria de Lurdes Oliveira) parece que sempre foi nossa amiga! Conhecemo-la há só (!) para aí mais de 50 anos, na Casa de Ourém, onde foi levada por uma amiga que era ali do Alqueidão, colegas no curso da escola comercial, que tinham completado.
(A MLÓ, com os meus filhos e comigo, num dos últimos aniversários da minha mãe
… 95 ou 96… mas porque será que estou deixando de ligar a aniversáriso?!)
Lembro-me dela, atrevida e tímida, provocadora na linguagem e recatada nos comportamentos. Fez, quase de imediato, muitas amizades. E suscitou alguns olhares de través.
Os meus pais adoptaram-na (ou teria sido ela que os adoptou?). Vivia com a mãe, uma senhora que “criada” fora na casa de uns ricaços alentejanos, onde aquela filha “lhe foi feita”… e, depois, as duas que “se amanhassem”. Trabalhava nos escritórios de uma tipografia, e rapidamente se percebia que era uma excelente profissional.
Entre nós, foi-se cimentando uma grande amizade. Daquelas que os filhos únicos entretecem. Quando me casei – em 1961 – convidei-a, com toda a naturalidade, para madrinha, o que pareceu estranho a algumas pessoas. Do casamento – e da MLÓ – guardo a lembrança de um comportamento que escandalizou muita gente, mas que eu compreendi quando soube que, no “copo de água”, onde ela estava tinham vindo à conversa falas e ditos sobre o homem que, ali, só ela sabia ser o seu pai. Bebeu mais do que devia, e água não foi…
Depois, escolhi-a, com toda a naturalidade, para madrinha de um e madrinha dos dois ficou, sempre com uma amizade e uma cumplicidade (com eles!) que sempre foi… natural.
Namoriscou, mas nunca encontrou quem… talvez porque não procurasse encontrar, reformou-se, “enviuvou” da mãe e do meu pai, que como filha a considerava, tornou-se a companhia da minha mãe. Como se filha fosse. Logo, como irmã a olhava e olho. Muito me ajudou! Naturalmente…
Pois, ontem, pelo telefone, à sua maneira, disse-me estar zangada comigo, porque me esqueci do aniversário dela, a 19 de Março. Fez, se me não engano, 76 anos.
Tem razão! O aniversário de uma irmã não se pode esquecer… se ela a isso dá importância.
Estou triste. Comigo. E escrevo esta estória do ante(s)passado, dedicada à MLÓ. Apenas para mim. Até porque sei que ela não viaja por estas “coisas”.
Por ponto de partida, motivação, também têm, ou podem ter, a amizade. Sobretudo se for de amizade que fraterna se possa dizer. Porque o que se viveu o merece. E assim se sente.
A MLÓ (Maria de Lurdes Oliveira) parece que sempre foi nossa amiga! Conhecemo-la há só (!) para aí mais de 50 anos, na Casa de Ourém, onde foi levada por uma amiga que era ali do Alqueidão, colegas no curso da escola comercial, que tinham completado.
(A MLÓ, com os meus filhos e comigo, num dos últimos aniversários da minha mãe
… 95 ou 96… mas porque será que estou deixando de ligar a aniversáriso?!)
Lembro-me dela, atrevida e tímida, provocadora na linguagem e recatada nos comportamentos. Fez, quase de imediato, muitas amizades. E suscitou alguns olhares de través.
Os meus pais adoptaram-na (ou teria sido ela que os adoptou?). Vivia com a mãe, uma senhora que “criada” fora na casa de uns ricaços alentejanos, onde aquela filha “lhe foi feita”… e, depois, as duas que “se amanhassem”. Trabalhava nos escritórios de uma tipografia, e rapidamente se percebia que era uma excelente profissional.
Entre nós, foi-se cimentando uma grande amizade. Daquelas que os filhos únicos entretecem. Quando me casei – em 1961 – convidei-a, com toda a naturalidade, para madrinha, o que pareceu estranho a algumas pessoas. Do casamento – e da MLÓ – guardo a lembrança de um comportamento que escandalizou muita gente, mas que eu compreendi quando soube que, no “copo de água”, onde ela estava tinham vindo à conversa falas e ditos sobre o homem que, ali, só ela sabia ser o seu pai. Bebeu mais do que devia, e água não foi…
Depois, escolhi-a, com toda a naturalidade, para madrinha de um e madrinha dos dois ficou, sempre com uma amizade e uma cumplicidade (com eles!) que sempre foi… natural.
Namoriscou, mas nunca encontrou quem… talvez porque não procurasse encontrar, reformou-se, “enviuvou” da mãe e do meu pai, que como filha a considerava, tornou-se a companhia da minha mãe. Como se filha fosse. Logo, como irmã a olhava e olho. Muito me ajudou! Naturalmente…
Pois, ontem, pelo telefone, à sua maneira, disse-me estar zangada comigo, porque me esqueci do aniversário dela, a 19 de Março. Fez, se me não engano, 76 anos.
Tem razão! O aniversário de uma irmã não se pode esquecer… se ela a isso dá importância.
Estou triste. Comigo. E escrevo esta estória do ante(s)passado, dedicada à MLÓ. Apenas para mim. Até porque sei que ela não viaja por estas “coisas”.
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