Estou na sexta fila do anfiteatro, na terceira cadeira.
Olho à minha volta e vejo camaradas de todas as idades. Os meus olhos demoram-se, confortados, nos mais jovens. Que são tantos!
Na comprida mesa em frente, lá em baixo, caras que há anos conheço e envelheceram, ano a ano, luta a luta, com a minha, agora também alternando com algumas caras jovens, tão jovens...
Fixo-me, como se estivesse ao espelho, naqueles em quem os cantos da boca descaem, o que é acentuado pela barba que, embranquecida, deixa uns riscos mais escuros, de sombra, a descerem do bigode para orlarem as "pêras", estas talvez mais brancas ainda que o resto da barba e do cabelo.
Ó meus amigos, em vez do acento circunflexo (^), ao menos o til (~) que é meio sorriso. Que tal?... é que um homem tem de sorrir à morte nem que seja só com meia cara!
E temos razões para isso, não é verdade?
3 comentários:
Um homem tem de sorrir à vida,toda, inteira, até com as várias mortes que ela nos vai trazendo, dia a dia...
Sorri. Não deixes de o fazer. Mesmo quando uma lágrima te turvar os olhos...
Queria ter um pouco de humor para poder comentar mas, (fica para o Samuel)este texto está tão lindo, tão leve, tão doce...comovi-me!
Parabéns pelo teu imenso e constante sorriso!
GR
Enviar um comentário