Nestes dias, em que tanto li sobre alguém que morreu (e que respeito, agora que morreu, como em vida respeitei, porque quero, pelos vivos e pelos mortos, ter o respeito que o humano, qualquer humano, merece), impôs-se-me este papel amarelado que aqui reproduzo:
"em memória"
a todos os mortos anónimos
A todos os que morreram
..........sem que alguém o soubesse
salvo a polícia que os matou
salvo "a política" que os condenara
A todos os portugueses mortos
..........por Portugal/Povo
..........sem que os portugueses soubessem
....................do nome
....................do homem
....................da luta
....................do crime
Hoje,
com estes mortos promovidos a mortos nossos,
com a amargura de um desastre que lhes tirou a vida,
com o peso da injustiça da sua importância relativa
05.12.1980
(num dia em que houve um acidente, que me não recordo qual foi
... mas de que me ficou a memória dos seus mortos)
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Acrescento ainda a tempo (?!):
Curioso, fui investigar. E estou a dizer, sem me conter, "é espantoso!, é espantoso!"
É que esses mortos, promovidos a "mortos nossos", com o peso da injustiça da sua importância relativa (que o podia ser por negativa, por terem vivido e morrido anónimos, ou que o podia ser por empolada por terem vivido e morrido em excessiva notoriedade), foram... Sá Carneiro, Amaro da Costa e quem os acompanhava no dia 4 de Dezembro de 1980.
Ele há coisas...
Por isso, isto tudo vai para o anónimo. Não tem nada de ficção!
3 comentários:
Sempre injusta, a morte, a fazer parte da nossa vida.....
... quantas vezes antes de tempo.....
(o "apagado" é tb meu, mas tinha um erro. Detesto erros...)
Quase sempre injustamente antes do tempo, essa partida é a que mais dói.
Quando gostamos de alguém, nunca é tempo para morrer.
É sempre muito cedo!
GR
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