Em Lisboa,
ele,
vivendo minutos com o tamanho de horas
ele,
vivendo minutos com o tamanho de horas
Em Lisboa, ele começou a fazer zapping, obrigando a ansiedade a saltar de canal em canal. E resmungava por serem poucos relativamente aos de que dispunha em Bruxelas.
Não tinha posição. Cruzava e descruzava as pernas, coçava frenético o nariz cheio de uma esquisita comichão, olhava e re-olhava o relógio, cujo ponteiro dos minutos abandonara o número 12, que marcara a chegada das 19 horas, preparando-se para ultrapassar o número 6, e subir por ali acima.
Adiantou a bebida de um aperitivo, que mal lhe soube e nada resolveu.
A impaciência crescia. Começava a sentir ultrapassados os limites da tolerância.
Em Bruxelas,
ela,
também com a medida de horas
para os mesmos minutos (apesar dos fusos…)
Em Bruxelas, ela não sabia que fazer.
Começou a andar pelo apartamento.
A medi-lo em passadas impacientes.
Oito e meia e nada.
Era demais!
Oito e meia e nada.
Era demais!
3 comentários:
Quem espera desespera!
"ele" teve uma atitude bem intencionada, mas é dela que eu compreendo mais a impaciência, a frustração!
GR
Acho que nem o tinto alentejano lhe saberia bem a ele.... em Lisboa.
Pode ser que ele tenha ficado a perceber que a tolerância, em detrminadas situações, não tem limites.......
Ela, depois de ter "arrumado" mais ou menos o apartamento, podia esperar.... sentada....
Pois...
Até logo
É giro como cada estória, por mais ou menos ficção que seja, isto é, por mais ou menos que vá beber à vivência de quem a conta, nos traz à(s) nossa(s) vivências.
Isto está a ser (ainda) mais giro que eu esperava...
E por vossa "culpa", que vão acompanhando e "julgando" os comportamentos e as reacções.
Estou como o outro "não tenho palavras para vos agradecer"... e, depois, nunca mais se calava!
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