faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Contando um (re)encontro neste amor que se conta - 2

Uma chegada de surpresa (em vazio)
para uma espera (em vão)

Apanhou um táxi, disse a morada, e foi conversando com o motorista sobre o frio em Bruxelas e o bom tempo que deixara em Portugal. Como é, sempre, o tema das conversas com os motoristas de táxi. Sobre a meteorologia. Particularmente em Bruxelas, e quando se chega do sul e do sol.

Subiu ao apartamento, deu uma primeira vista de olhos, resmungando a propósito da desarrumação. Que, afinal!, nem era assim tanta como isso...

Pôs-se à vontade, sentou-se no sofá, depois de ter afastado alguns livros, revistas, jornais e papéis avulsos.

Ainda tinha muito tempo!

Se ele fizesse como ela tão meticulosamente preparara, e para que o preparara, ele entraria por aquela porta lá pelas 19.30/19.45 para estar a tempo de receber o telefonema que ela lhe iria fazer de Lisboa (riu-se!)... e encontrá-la-ia ali, no sofá, com a casa (mais) arrumada, um frasco de água-de-colónia numa embalagem “de prenda”, papel de fantasia e um laçarote, a garrafa do tinto já aberta (a respirar) e a música que o CD criteriosamente escolhido estivesse a tocar.

Ainda tinha algum tempo.
Por isso, no tempo de que ainda dispunha, depois de um curto repouso, foi arrumando o apartamento, pondo alguma ordem naquele conhecido caos organizado que eram os espaços em que ele vivia e trabalhava.

5 comentários:

GR disse...

Depois da surpresa, da alegria, da espera, como um baralho de cartas tudo se vai desmoronar.
Em segundos, tantos “maus” pensamentos que “ela”irá ter, tanta vingança irá prometer! Por fim a tristeza, a incompreensão e a solidão!

GR

Maria disse...

Pois, ela resmungou por causa da mínima desarrumação, mas lá foi arrumando.....
... e o tinto a respirar....

O que me vale é que são dois capítulos por dia....

Até amanhã...

Anónimo disse...

Olá! Que alegria encontrar-vos.
Sempre renovada,
Oh, GR, "maus pensamentos", sim, tristeza, sim, mas incompreensão?, porquê?
Oh, Maria, aquilo estava pouco desarrumado porque ele ainda não tinha (nem iria) passar por lá...
Mas se estão tão solidárias com ela, reservem alguma solidariedade para amanhã, para ela. O que o rapaz sofreu (acho eu, que tenho a tarefa de narrar o que ele sentiu)!
Abreijos para as duas e mais para quem me tenha lido.

Maria disse...

ao autor

A solidariedade não se esgota....
... quanto mais solidários somos, mais a sentimos e mais temos para dar....
... a ele também, claro....

Abreijos a ele e a ela

Anónimo disse...

Às minhas queridas leitoras,
por mera azelhice não copiei o último parágrafo do episódio.
Não fará grande falta... mas estava lá e acabei de repô-lo. Curiosamente, até vem ao encontro (ah! os encontros e os desencontros e os reencontos...) do comentário primeiro da Maria.
As minhas desculpas!
Até amanhã