Em Lisboa,
ele,
o conspirador conspirado (e transpirado…)
o conspirador conspirado (e transpirado…)
Ele sorriu.
A situação começava a estar dominada. Antecipara-se.
Achou que era prudente esclarecer logo tudo, até por sentia o aguilhão da culpa de ter sido ele a iniciar toda aquela embrulhada... ao querer fazer uma surpresa,
Dizer, logo logo, o que fizera, e procurar saber, o mais rapidamente possível, o que ela fizera.
Nestas situações, embora nenhuma parecida tivesse vivido, podem até nascer equívocos e palavras que não têm retorno.
“Ó amor! Estou em Lisboa, em nossa casa, onde é que havia de estar? Quis fazer-te uma surpresa! Um jantarinho a dois no “nosso” restaurante…”
Em Bruxelas,
ela,
a tecedeira enleada na sua teia
a tecedeira enleada na sua teia
Surpresa. Mas não a esperada.
Espanto.
“Espera ai, espera aí… estás em Lisboa?, em nossa casa? E querias fazer-me uma surpresa… o qu’é isso?, eu é que vinha jantar contigo a Bruxelas…”
Em Lisboa,
ele,
procurando os pontos para os is
procurando os pontos para os is
Calmo.
Dominado, porque começando a dominar os acontecimentos, ele ripostou, quase autoritário:
“Espera aí, digo eu…
Que estás tu para aí a dizer? Eu, que arranjei tudo, que fiz mil malabarismos para jantarmos os dois, hoje, aqui em Lisboa… Para te fazer uma surpresa! Que grande confusão… não percebo nada… vamos a ver se nos entendemos...”
E começaram a entender(-se).
2 comentários:
Não tenho dúvidas... Vão lamentar apenas a distância, porque jantar a dois também pode ser em pensamento...
Só o beijo de boa noite não tem o mesmo sabor...
Até logo...
As palavras foram travadas, não pelo bom senso (apesar de inflamado, civilizados que são, nunca o perdem), mas pelo amor que existe!
GR
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