III
Mais de vinte anos passaram,
de viagens de ida-e-volta là bas,
curtas mas repetindo-se ou prolongando-se.
Às festas da santa padroeira,
por alguns natais à lareira,
e aos casamentos de parentes
e aos baptismos de afilhados,
sempre em Agosto para eles estarem presentes,
com boas “visitas” e melhores legados.
.
Ça vas, ça vas, ça ira!
.
A ela dele também ajudou -… e se ajudou!...-
Foi concierge, fez ménage chez les dames,
umas coisas de couture,
o costume que tanto é...
tudo o que há e a que tão pouco valor se dá,
enquanto se fazem filhos nascer e crescer
e se mantém a casa arrumada e limpa,
e a roupa alindada, e as refeições a horas
… porque o homem trabalha… lá fora!
.
Assim se encarreirou a vida,
com filhos e filhas a tirarem bac
e, alguns…, a irem mais au-delà.
.
Ele ganhou peso e pose,
e quereres, e posses, e mandos,
numa pequena oficina, ou em travaux publics,
ou em jardinage, ou em hotelllerie
(Ele foram tantos, e tantos os caminhos de cada um!…)
.
Nas vindas à aldeia, aos poucos ganhou ares e senhoria,
e até deu uma ajuda importante para o clube da terra,
e – mais importante ainda! – para o edifício da nova escola.
.
E dizia, orgulhoso, que não era esmola,
estava só a ajudar a conhecer melhor
o que ele não conhecera nada,
nem pela rádio nem pela televisão,
e apenas descobrira pelo “salto” para que fora empurrado
e pelo que aprendera com a vida.
.
Depois de obras na velha casa,
a nova maison crescia,
preparando nova fase de vida.
Na vida a ele devida.
1 comentário:
Mal empregada história, que ninguém está a ler! Falta aqui o Sr. Gonçalves da Academia Brasileira de Literatura de Cordel...
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