Que tempo este!
Que tempo este que vivemos
Que tempo “globalizado”, este que vivemos
Que tempo este que vivemos!
em que nos amordaçam a alegria que queremos ter
por alguém ser libertado de anos de cativeiro
na selva da guerra civil colombiana,
em que nos insultam com a mentira-espectáculo
ao serviço da sua propaganda e impunidade
na selva do narcotráfico e da “haute couture”
Que tempo este que vivemos!
em que nos agridem com o silêncio
sobre os seus crimes escondidos
na selva da informação que os crimonosos controlam,
em que nos violentam com a surdina
sobre a nudez da verdade que gritamos
na selva do manto opaco do entretenimento
Que tempo este que vivemos!
tempo histórico (como todos!...)
de mordaças, de insultos, de agressões, de violência,
de propaganda, de crimes, de mentira, de espectáculo
tempo histórico (perene e efémero)
de exploração, de miséria e de ostentação,
de anonimato e de vedetismo, de brutalidade e de indiferença
Que tempo este que vivemos!
tempo histórico (porque é o presente do nosso futuro)
em que estamos vivos pelo que fomos e pelo que seremos
tempo de perversão hipócrita da democracia por que lutámos
Tempo de luta!
4 comentários:
Esta dilatada actualidade, está bem abservada e muito bem escrita!
Parbens ao autor desconhecido!
_E...já agora um abraço!
O poema tal como o desenho (do romance de Carlos Oliveira) é, um grito para a cruel realidade que há muito estamos atravessar.
Só com a consciencialização e luta do povo, se poderá fazer a tão desejada transformação/mudança política.
GR
Excelente retrato deste tempo quase insuportável. Só suportável porque de luta, claro!
Excelente poema de luta... que continua, porque contínua...
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