faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 5 de julho de 2008

De balde - texto talvez ético-literário

Alguns de nós, por vezes, dizem dos "outros", de eles, que as suas políticas são erradas... porque prejudicam os trabalhadores, vão contra o bem-estar das populações. 'Tá mal!
As suas políticas são as políticas de eles e, por isso, cumprem o seu papel ao prejudicarem os trabalhadores, ao não zelarem pelo interesse das populações. Até porque invocam em vão o nome do princípio da equidade.
Alguns de eles fazem-se de melindrados, tomam poses de virtuosas donzelas, dizem-se ofendidos porque uns de nós lhes teriam chamado mentirosos, especuladores e outras coisas (não serem de esquerda, por exemplo). O que, às vezes, é mentira mas... têm razão!
É que nem todos eles mentem, todos eles dizem o que convém que seja dito, e só alguns se excedem e fazem pequenos entorses no que é verdade, ou no que são as verdades.
Eles especulam, lá isso especulam, mas alguns de eles apenas no sentido nobre (?) do verbo, ou seja, para aumentar o capital financeiro investido, por si ou por seus patrões. Como é sua obrigação e dever de ser de suas políticas.
Eles (alguns) até são muito, muito, de esquerda. São-no tanto que alguns de eles até comem e assinam com a mãozinha esquerda. São canhotos! Ah... e, como estado de espírito seu, muitos de eles preferem ser da esquerda da direita que da direita da esquerda.
Vamos lá a ver se nos entendemos:
O que, por exemplo, o senhor presidente da Galp faz pode não ser o que nós achamos ético, "fair trade", não ter em conta o bem-estar (ou o mal-estar) das populações. O que ele tem de fazer é fazer crescer o capital financeiro investido na Galp, (agora) SA. No respeito pelas leis da República e da União Europeia (por ordem inversa), claro. Quando estão de acordo com interesses da SA Galp, claro!
Voltando ao princípio:
As políticas dos governos e dos gestores ao serviço do capital são certas, e muitas vezes certeiras, quando conseguem os seus/de eles objectivos. Não são erradas por, correspondentemente, prejudicarem os trabalhadores, as populações. São tão-só de classe!
Ah!, e isso de esquerda/direita, ou já não existe (para eles), ou é um estado de espírito, como já se disse acima.

5 comentários:

Justine disse...

Pois é, eles sabem muito bem o que andam a fazer! E nem sequer é debalde, estão a ver-se resultados!

Anónimo disse...

Sabes o que te digo!
Para eles é qualquer coisa, desde que não os prejudique!
O resto para eles pouco importa!
A grande verdade ;é que, nos importa-mos mais com eles, do que eles connosco!
Eu disse connosco? ...e se dissesse antes com a gente?
É preciso mudar, este estado de coisas, e este Estado tambem!
Abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Debalde é este meu "preciosismo", em que insisto, de que as políticas não são erradas... são as de eles!
E insisto, ainda que às vezes me pareça de balde, porque considero indispensável insistir para que se tenha a perspectiva de classe.
Por isso, a insistência através de um texto... ético-literário, com apoio gráfico talvez adequado!

Sal disse...

Excelente post.
Dá-me sempre o teu post-nosso de cada dia.
De balde... não diria. Mas de arma em riste sabem eles andar, porque andamos a ser roubados, é um facto.

beijinhos

Anónimo disse...

Bem dito e bem feito, pra quem não percebe que a política que eles praticam não está errada pra eles, mas obviamente está errada e não serve os trabalhadores e as populações. Os trabalhadores e as populações ainda não perceberam que não podem acreditar naqueles que dizem que governam para eles é que os eles não querem saber deles trabalhadores e populações, quando eles perceberem vão correr com os eles. Mau!... não tarda não sei qual é a minha mão esquerda. Qual é? Então, é a aquela que está do outro lado da que está com o punho fechado.B M A certasalturas@gmail.com