faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 26 de julho de 2008

CLAR&VIDÊNCIAS - 1

Meia hora num mil(l)énio

Os bancos são a nossa sina
(que cena!...)

Com o nosso dinheiro
põem-nos ao seu serviço,
em bichas, em filas
(ou o raio que os parta)

À espera!
(a ver propaganda aos “seus produtos”)
Para lhes entregarmos o dinheiro
… que é nosso!
Para lhes pedirmos emprestado o dinheiro
… que é nosso!
Para lhe pagarmos todos os serviços
que nos fazem
porque nós lhos fazemos
... com o dinheiro que é nosso!

À espera!
(a ver a propaganda aos “seus”
novos “produtos financeiros”,
em cartazes e folhetos do melhor,
... do mais caro, claro).
Sempre com o nosso dinheiro
… e sem nos perguntarem nada,
nadinha de nada.

Tudo e sempre com o nosso dinheiro.
Que outros aproveitam,
para aumentar o dinheiro de "eles",
dos que já tèm muito, e cada vez mais
… com o nosso dinheiro,
suado e regateado
(ao nível da inflação esperada... segundo "eles").

Mas "eles", esses..., são insaciáveis,
isto é, nada os veda,
nada os veda!

Aqui estou eu.
À espera!
que aquele deposite,
que aquela transfira,
que aqueleoutro consiga o empréstimo
(e a apreciar a qualidade
dos materiais promocionais
dos "novos produtos financeiros"
para levar, e "dar"!, à malta
o dinheiro que da malta é)

E se um dia destes,
todos, mas todos!,
fossemos buscar
todo o nosso dinheiro
que aos bancos confiámos,
cheios de fidúcia,
e retomássemos o hábito do pé-de-meia
(como fazem os monges que não andam descalços…)?

Como é que "eles" se havinham
(tempo do verbo que deve-haver… se houver)?
sempre gostava de os ver…

Todo este “edifício”
(ah! as grandes arquitecturas,
cheias de alturas,
ah! as belas decorações,
feitas de despesões!,
... com o nosso dinheiro)
tudo "isto"
está sobre estacas
que assentam sobre areias movediças
(o nosso dinheiro…)
como se fosse cimento!

Abaixo o crédito!
Viva o débito!

(debitemos, pois
... ámen!)

4 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

O crédito foi, e (continua a ser)o presente envenenado, que escravisa grande parte da sociedade, como qualquer outra droga!
A tua caracterização sobre as intituições bancárias está perfeita!

Maria disse...

Excelente o teu jogo de palavras.
Já várias vezes pensei o que aconteceria, mas nunca seriamos TODOS a tirar de lá o dinheiro... o deles ficaria sempre lá... mas acho que apanhariam um enormíssimo susto...
Porque compulsivo, o crédito é tão grave e perigoso nos dias de hoje como qualquer droga pesada...

Abreijos

Sal disse...

adorei.
cheio de subtilezas..
bjs