faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 7 de junho de 2008

"Pinça mentes" e "sem tenças" (desvez enquanto)

Olho para a realidade (o concreto das coisas e das gentes) e espanto-me por haver quem não veja o que eu vejo e como eu vejo. Depois - logo logo - tomo consciência que faz parte da realidade - dessa realidade que eu vejo - gente que a vê (e se vê) de outra maneira que não aquela que eu (e como a) vejo.

7 comentários:

samuel disse...

Daí ser importante ter em mente que algumas dessas pessoas têm igualmente um genuino espanto pelas nossas interpretações da realidade.

"Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? são gigantes".

Não é que esteja cem por cento de acordo com estes versos do poeta, mas é algures, ofuscada pelo brilho e alarido das várias "realidades" que estará a simplicidade do que "é" realmente.
Apropriarmo-nos de uma realidade como se fosse um objecto, com unhas e dentes e aos gritos é talvez uma deriva do materialismo... o materialismo histérico :)))

Abraço

Justine disse...

E eu estou a ver que tu vês como deve ser visto :))

Sérgio Ribeiro disse...

Gostei dessa do materialismo histérico!
E também do outro comentário que tem mais a ver com aquilo que se prevê a partir dos vistos e dos ouvidos...
Depois, também há a necessária progressidade das lentes.,,

Sal disse...

Exacto.
É um facto que a realidade difere dependendo dos olhos de quem a vê, mas há acontecimentos, comportamentos, realidades dentro da realidade que são vistos de igual forma por uma grande quantidade de pessoas. A isso chama-se a realidade comum.
E depois, há que analisar essa realidade comum, e verificar se os indivíduos não se encontram a viver uma realidade que foi formulada por outros, facto ignorado pelos próprios indivíduos. Como se de um "poder gerador de realidades" invisível se tratasse...
A diferença está, portanto, no indivíduo que se sabe livre para olhar para a realidade, sem estar a ser manipulado por ninguém, e o indivíduo que olha a realidade sem saber que é para ali que alguém quer que ele olhe. E a realidade que ele vê esconde, obviamente, a presença dessa presença manipuladora...
Fiz-me entender?

beijinhos

Anónimo disse...

Só tens que convencêlos a usarem as tuas lentes!
Tenta!
Abraço

bettips disse...

Sem o saber antes, diria que ficou o comentário "no outro" lado.
Eu também não páro - e desespéro - de me espantar.
Abç

GR disse...

Mas a realidade que vês/vemos, seria simples solucionar.
Muito trabalho e empenho, mas era uma outra realidade, a nossa.
Esta realidade é triste e dura.

GR