faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

domingo, 18 de novembro de 2007

Uma janela em Amsterdam... e não só

Esta foto teve alguns comentários que, a meu juizo, são muito curiosos. Aqui e no anónimo do séc. xxi.
E eu, calado e regaladinho, a ler os comentários diferentes de alguns amigos/as, não é?
A fotografia desta janela foi uma daquelas coisas boas que, às vezes, aparecem na vida cá das gentes...
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Recuperava de quilómetros de andarilhança, no cimo do meu beliche, naquele quarto não sei se de reformatório se de coisa parecida, e atirei uma vista de olhos lá para fora para ver como estava o tempo. E, pelos olhos dentro, entrou-me uma visão parecida com esta que vou reproduzindo.
Quis guardá-la e, para isso, fiz um percurso agitado até conseguir dispor da máquina de fixar momentos, depois tentei escolher o melhor ângulo, fazendo acrobacias e contorcionismos que já não são para a minha idade... e saiu isto. Para mim... melhor que a encomenda!
Quis, e quero, mostrar.
Ora, como diz a Justine, num dos seus judiciosos comentários, há comentários muito diferentes e significativos, e ela até enveredou pelo tema das sensibilidades de género. Talvez fosse um caminho...
Cá por mim, cheguei a elucubrar sobre as janelas... enquanto vistas para fora e vistas de fora para dentro, sobre o que elas mostram e o que elas escondem. E esta, particularmente esta janela do "hotel" de Amsterdam, desafiava-me para essas elucubrações... mas embrulhei-me e desisti. Por agora.
Por agora, e entrando nessa do género - embora não seja o meu género! - apenas deixo dois comentários, nesta cronicazita, sobre os comentários vindos do lado do... meu género.
O Samuel ironiza com a sua inveja por a janela não ser sua. Só lhe dou razão pelo que a janela permitiu fixar de um momento em Amsterdam, e esse foi meu e acho que, sim, senhor, merece "inveja". Não por ela, janela, que até tinha um vidro partido, não estava lá muito bem limpa (o que terá ajudado aos efeitos fotográficos), e fazia parte de um conjunto (interior) pouco "invejável". Mas as janelas fazem parte, também, parte de um conjunto que lhes é exterior e esse... bem, bem, não me vou embrulhar outra vez. Por agora.
Quanto ao PG, que lhe hei-de dizer sem entrar em conversas "sérias"?
Essa conotação de Amsterdam com "outras janelas" (mehor - ou pior! - vitrinas, montras...) e com outras coisas, podem dar algum sal e pimenta à imagem da cidade mas ela, cidade, não só não precisa como as dispensa e não as merecerá. Desta vez não calhou passar pelo "red light", e não foi por não ter andado quilómetros, léguas, maratonas..., e até me parece que senti melhor a cidade sem esse infeliz folclore.
Mas... adiante, até porque estou a pensar nas excelentes fotos que o tão sensível fotógrafo que se assina com as duas iniciais faria para dentro de algumas janelas de Amsterdam (essas, por exemplo), ele que tão bem capta o corpo, a face, o humano, as situações.
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Amsterdam... uma cidade para fotografar. Bem agasalhado!

4 comentários:

GR disse...

Dá um ar de liberdade, uma janela.
Com vidros, com ou sem cortinas, grandes pequenas, bonitas ou feias.
As janelas são enigmáticas.
O que se passará, atrás de uma janela?
Como será a vida para além da janela?
Vidas incertas ou autênticas! mas vidas com cores quentes alegres, como o amor.
Vidas, com janelas de vidros cor-de-rosa terão por certo, crianças traquinas tão engraçadas! Mas aquela janela escura, de um azul tão carregado é, de moradores não amados, de velhos abandonados ou de casais solitários.
As janelas são enigmáticas!

Parabéns!
Conseguiste do exterior, retratar a vida para lá da janela!
Num concurso esta foto ficaria muito bem classificada.

GR

Maria disse...

Por mim devo dizer-te que bastaram as fotografias aqui publicadas para eu ir, um dia destes, até Amesterdam.... e depois mais para Norte....

Justine disse...

E com isto se prova que se pode filosofar - e bem, e com proveito - sobre tudo, até sobre uma janela!
Vamos até lá, um dia destes?

PG disse...

Já tinha ficado o "bicho" depois dos relatos do meu amigo Patrício que por lá estudou um ano. Bem, pelo menos é o que ele diz... Mas depois desta amostra Ribeiriana ainda se me cravou mais o dito cujo.