Todos os dias,
no "expresso" das 14,
que vem de a 20/30 metros da qui,
da caixa que é geral e dos depósitos
(e outras coisas foi),
ele chega.
Para cumprir,
rigorosamente,
o horário:
almoço às 14 e 8!
Traz,
debaixo do braço,
o diário económico,
ou o jornal de negócios,
ou um jornal ou diário de notícias,
aberto na página económica,
que, agora, só de negócios é.
Vem,
sempre,
de casaco pelas costas
e gravata de botão desabotoado;
cumprimenta.
sorridente e simpático,
os que ainda não acabaram
o seu (deles) almoço.
Come lendo
ou lê comendo,
meticulosaamente.
Sai às 14 e 54, e está de regresso,
ao seu posto de trabalho,
às 14 e 58!
Todos os dias,
salvo sábados,
domingos.
feriados,
e nas férias do contrato individual de trabalho.
Nunca alguém
o viu constipado,
ou soube de outra inibição,
que o impeça de cumprir esta rotina.
É,
ou parece ser,
a vida
... dele
5 comentários:
Um quotidiano(zinho) bem descrito.
Fez-me lembrar aquela história do Manel da Fonseca, como se chamava?
Acho que é "O coro dos empregados da câmara"!
ou (também de memória)
... mas isso/que era tudo para nós/não era nada da vida/da vida/é isto que a vida nos dá/isto/de tu seres a esposa séria e triste/de um oficial de finnças da câmara municipal
Corrijo a memória:
Mas tudo isso, que era tudo para nós,
não era nada na vida!...
Da vida é isto que a vida faz.
Ah! sim, isto que a vida faz!
— isto de tu seres a esposa séria e triste
de um terceiro oficial de finanças da Câmara Municipal!...
Uma rotina de vida que não seria, nunca, do meu agrado. Talvez porque não gosto de horários (mas cumpro-os!), talvez porque gosto de transgredir....
Hoje, não há rotina nos horários de trabalho, nem os empregados camarários sabem, o que é a rotina diária. Malditos turnos!
Gostei muito de ler este quotidiano.
GR
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