faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Histórias ante(s)passadas - 17

A memória é um lugar de encontros. Quantos já o terão dito e escrito? Não importa. Serei mais um.
Mas tudo é, ou pode ser, um lugar de encontros. Exemplo disso, e bem actual, são os blogs. Por aqui nos encontramos. Às vezes, com a memória a trazer-nos surpresas e ajudas. A quantos de nós, praticantes deste “desporto”, não aconteceu já ter, num comentário, uma surpresa e um encontro, uma ajuda (ou até um desafio) para um post a colocar?
Nestas histórias ante(s)passadas estava longe de vir a ter a surpresa que tive num comentário. E se estas histórias ante(s)passadas têm por razão de ser a memória que não se quer deixar perder de todo de familiares e amigos, quem me trouxe a esta estória – que nem estória será, porque a estória é a do encontro desta maneira – foram recordações familiares longínquas, de amizades há muito aparentemente esquecidas (há quantas décadas?).

O meu tio Adrião (por afinidade… não é assim que se diz?, mas acabaram por não ser lá muitas!), se não tinha, com a minha tia Guilhermina, filhos ou filhas, tinha irmãos e sobrinhos. Que, de afinidade em afinidade, meus familiares ainda serão. Diz-me a memória que decerto meus familiares foram. Com recordações bem agradáveis. Muitas vezes, cá pelos hóqueis por onde me perco, falo pelo meu relacionamento com o Fernandinho, o Fernando Adrião, que foi o melhor jogador de hóquei de todos os tempos e lugares (isto digo eu, plenamente convicto), e dos encontros que tínhamos quando vinha de Lourenço Marques para aqui ser o “médio” (então era assim) da selecção nacional. Mas isso é para outras estórias… E do Carlos Adrião! Deste, a recordação é outra e de outra importância. Abriu-me os olhos para a leitura, estimulou-me com os seus escritos. Foi, sem dúvida, um dos responsáveis por alguns caminhos que percorri e percorro. Mas isso é para outras estórias…
Para esta, que nem estória será mas o pretexto para, a propósito de um comentário neste blog, publicar a fotografia, é a lembrança da Lena Adrião.
Com mais uns anitos que eu – agora já não... – a Lena veio lá de Moçambique, formosa e segura, e foi um vendável para o adolescente que eu era. Trazia aquele desempoeiramento que a vida em África dava aos jovens como ele era. Muito conversámos, muito dançámos, alguma coisa andámos de bicicleta. E amigos fomos, com uma amizade que só era possível, entre jovens como nós éramos, com as cabeças limpas de teias de aranha pelos ventos que sopravam na que hoje se chama Maputo.
Os Adriões, sobrinhos de um tio meu por afinidade? Sim, senhor, excelentes recordações. De todos (porque mais há que estes três), mas hoje, nesta estória, voltei a andar de bicicleta aqui pelo Zambujal. E muito bem acompanhado! Como então diziam uns invejosos...

3 comentários:

Justine disse...

Huuuummmmm!!!!???!!!!!

Anónimo disse...

Que bela passeata de bicicleta! E que fantásticas recordações dos Adriões. Quase todos desaparecidos e por isso tão importante encontrar quem os recorde.
A minha mãe vai delirar quando eu lhe mostrar a fotografia.
Continuarei a passar por aqui e pelos teus outros blogues que muito admiro.

Um abraço

Paula Montez

Um abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, Paula.
Gostei mesmo muito deste bocadinho...
Tem de ser repetido. Mas ao vivo.
Até logo.
Beijos