faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Às vezes dão-me assim coisas...

Vejo o post abaixo deste e tenho pena.

Às vezes dão-me assim coisas... E esta (coisa) dos blogs é, para mim, uma forma de comunicar que tem o seu quê de catártico, com a enorme mais valia de proporcionar uma comunicação entre gente que já conhecia, ou que não conhecia e fiquei a conhecer, amigos com quem gosto muito de comunicar. Embora, às vezes..., apareçam uns intrusos, embora saiba de quem os lê, com quem comunico, mas que não faz comentários, isto é, não dá troco.

Não puxo nada pelos comentários, e ter 6/7 comentários diz-me que o post foi um êxito, relativamente,claro, ao que me traz aqui, a aqui estar em contacto convosco.

Mas... vejo o comentário abaixo e tenho pena. Fi-lo com muito cá de dentro, acho que as fotos sairam mesmo bem, que aquelas figuras escultóricas, onde estão, o que contam... mereciam outra atenção. E fiquei, parado, à espera, sem vontade de meter um post por cima dele. Sem o querer ultrapassar. Dando-lhe oportunidades... e mantendo a esperança de que melhor se reparasse nele e no que diz.

E pronto. Passou o prazo de validade.

Fiquei com pena e, embora grande a satisfação pelo que li nos 3 comentários, pequena é a satisfação por terem sido tão poucos.
Às vezes acontece um desabafo. É que "aquele post", tendo sido eu que o pus, ganhou algo de vida própria. Conta muito no que mostra e no que procurei dizer. O que lhe deu origem foi um murro no estomago (mérito de Leopoldo de Almeida, fruto do local). Se calhar, inconscientemente, quis que o post o fosse também, saiu-me bem (em autocrítica)... e não o foi ou só o foi assim, a escapar. Paciência...
Às vezes, temos coisas... E eu tenho esta coisa de as dizer.

7 comentários:

Anónimo disse...

Se calhar ainda há gente a refazer-se do murro no estômago. Eu também o senti, e foi só através de uma fotografia (grande valor de quem a tirou porque a tenho gravada na memória).

Justine disse...

Tema ainda delicado - a colonização-, há quem não saiba falar dele, há quem não queira.
E concordo com a Campaniça: os murros no estômago têm de deixar de doer, para depois falar nos efeitos...
Será isso???
bj

Sérgio Ribeiro disse...

... e, se faz efeito, este efeito às vezes provoca que não se fale dele. Mas, atenção, aquilo que p'raí está nem é um desabafo. Às vezes é e, se calhar, era melhor que não fosse, mas - desta vez - não me parece que seja desabafo. É mais uma reflexão sobre uma paragem. Para, depois, poder continuar. Porque não punha um post em cima daquele, perguntava-me. Porque o queria ali, quietinho? À espera de comentários? Sei lá, porra.
E quanto à delicadeza do tema colonização, outro não menor (não menos delicado), e cavalgando-o, se junta, o de patriotismo. Ou estoutro, amálgama dos dois, de me sentir incuravelmente português. Orgulhosa e envergonhadamente.
Muito obrigado às duas pelas prontas reacções, e pelo que elas foram.
Já passou... e tenho de ir à vida!

Justine disse...

Ir à vida? Na vida estás tu sempre, com posts-desabafos ou nem tanto, mas sempre atento

Maria disse...

Acabei de ler este post, três vezes. Não que não o tenha percebido, mas porque me perguntei porque é que às vezes também me "encolho" de comentar alguns posts que leio por aí.
Voltei a ler o post de baixo e os comentários. E lembro-me de me ter apetecido perorar sobre os "descobrimentos".... e o nosso papel nas "terras que descobrimos"...
Devo confessar-te, Sérgio, que não gosto de criar polémica em blogues, porque a eventual discussão é fatalmente anónima. E há ainda quem "entre" nas nossas casas virtuais para nos insultar, sempre anonimamente. Por isso muitas vezes entro, leio, penso (ou não, depende dos blogues...) e saio sem comentar. Dizer-te ainda que comentar blogues com textos "acima da média" às vezes é complicado. E este blogue é um blogue com textos cujo interesse está muito, muito mesmo, acima da média do que se vê por aí....
Fico-me por aqui. Só agora cheguei a casa e já não estou habituada a estar o dia inteiro em Lisboa....

Um abreijo forte.

Anónimo disse...

Ó Maria, ó marias... se este texto tinha endereços (implícitos que fosse) nunca serias tu, nunca seriam vocês... E nem foi um desabafo! Foi um pretexto e uma chamada de atenção, talvez canhestra.
"Terras que descobrimos"? Ainda ontem, na escola secundária do Entroncamento, reagi a uma exposição de uma jovem e expliquei-lhe, tão pedagogicamente quanto fui capaz, que a Europa não "descobriu mundos", como ela dissera, e que nós, portugueses, descobrimos - e não foi pouco para a História - caminhos marítimos para chegar a "mundos" que já existiam!

GR disse...

A Justine tem razão, tema muito delicado.
A Maria também põe o dedo na ferida, da polémica que poderia gerar.
Para mim, mesmo tendo comentado e tentado querer dar um pequeno “toque” sobre a matéria, iria trazer grande polémica. Descolonização, a guerra e suas consequências, os actuais deficientes de ambos os lados, a politica dos PALOPS, este é um tema quase infindável.

A fotografia está espectacular como já o disse.
O tema é difícil ou será melindroso (ainda)?

GR