faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

"Pinçamentos, sintenças e afodismos"

Algumas notas tomadas no canhenho, em Moçambique:

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- Parar. Ficar, ao menos uns dias, quieto. Sem fazer nada. Ou sem nada fazer. Ou fazendo nada. Ou nada fazendo. Só isto!
Mas a cabeça não deixa. Porque a vida foge. Porque o tempo urge. Ou será o tempo que foge e a vida que urge?
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- Quero viver tudo, quanto e como o tempo consentir.
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- olho os corpos/bebo os copos/molho nos molhos/faço as contas/conto as notas/anoto os trocos/fujo às trocas (e às baldrocas)/encaro os encartes/'tou no ir/... e vou!
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- Ouço, na mesa ao lado, os compatriotas, o grupo excursionista talvez... "este ano vamos a Maputo!". Vêm, deduzo eu, de lugares como Alhos Vedros ou Carrazeda de Anciães, ali ao pé de Ourém. Pequenos comerciantes ou industriais ou burocratas. Aqui, convencidos que são uns gandas senhores. Desde que consigam esquecer as letras (todas) e as dívidas e o crédito mal parado... Choro a Pátria. Estes heróis do mar. Este nobre povo. Esta nação valente e imortal. Às armas!
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- Por aqui ando. No meio de gente, da gente. Gente!

1 comentário:

GR disse...

Fazer nada é, fazer!
Pensar, ver, ouvir, admirar, memorizar!
Nada fazer, também cansa!

Vives! de que maneira…

GR