Chove,
os pingos, grossos, tamborilam nas claraboias.
À volta,
tudo está cinzento, triste, magoado.
É o som e é a cor do dia,
mas, mais que o som e a cor do dia em volta,
é como oiço e vejo, bem cá de dentro, o som e a cor do dia,
oiço a chuva e vejo(-me) cinzento, triste, magoado.
19 de Dezembro,
hoje de 2007,
19 de Dezembro que também é,
- e que, pelo que foi, sempre será -
19 de Dezembro de 1961!
Mas, hoje, o dia 19 de Dezembro é de 2007!
E hoje, agora, há que lembrar
mas, e depressa, há que reagir,
há que continuar a vida e a luta que é a vida.
Começo a ouvir os pingos grossos de chuva como música,
ensaio tons para pintar de outra cor o cinzento do dia,
não deixo o pastor que chora pintar doutra cor as papoilas dos trigais,
estou, aos poucos, a trazer o vermelho vivo cá para dentro
... é o seu lugar!
5 comentários:
Hoje é, e todos os dias são, dias de luta.
Hoje é um dia Vermelho, como as papoilas dos trigais....
Muito bonito o teu poema... e guarda bem o vermelho vivo, aí dentro...
Tu tens a força para transformar os pingos de chuva cinzenta e fria em notas musicais de esperança. Por isso estou sempre perto, por isso te acompanho
O vermelho VIVO é, e será sempre a minha cor de eleição, quanto a ti camarada, luta sempre...
saudações fraternas.
Tantas lutas, lágrimas, sorrisos e até Revoluções separam estes 46 anos.
A tua memória é nítida, triste e magoada.
Por cada Resistente assassinado, mil vozes se levantaram!
Não foi em vão a vida ceifada do jovem camarada PINTOR.
Ele, tu e tantos outros pintaram um quadro de papoilas vermelhas, um céu azul, ao longe o verde das árvores que estavam a crescer.
São belíssimos os teus poemas!
GR
Outro beijo especial, Vermelho, hoje!
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