faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"O Caso do Homem do Guincho" - 27

27.

O Homem apresentou a Mulher ao Guarda Republicano como quem dá a conhecer, ao vivo, um amigo, um irmão. A Mulher beijou-o, como se beija um amigo, um irmão, e agradeceu-lhe muito. Tudo.
Houve algum embaraço, que depressa passou. O Guarda Republicano disse que ia sair de serviço, não disse que adiara essa saída de serviço à espera do que aconteceu, e disse que podiam – “se não estivesse a mais…” – ir comer qualquer coisa num restaurante simpático que conhecia, ali perto.
Assim fizeram. Depois do Homem assinar uns papéis sobre a ocorrência, burocracia que não se esgotaria nesses papéis que assinou mas que ficaria para completar depois, mais tarde, noutro dia.
Petiscaram fraternalmente. Conversando sobre as vidas. Falando da “crise”, mas evitando que a conversa se afunilasse em bancos, créditos, livranças. Capazes de rir com episódios do que fora, horas antes, tão dramático.
Mostraram-se fotografias. Riram de histórias outras. Combinaram encontros próximos. Lá na terra, na casa da aldeia. Depois na dele, do anjo da guarda... republicano, lá mais para cima e para a raia. E despediram-se, já na estação.

No final daquele dia, o Homem estava cansado, muito cansado. Mas rejuvenescido. Ia voltar à luta. Fortalecido pelo breve momento de desorientação e fraqueza que tivera, recuperado das esperanças que já nascem frustradas.
Assim concluíram. Ele e a Mulher.
Resolveram dormir em Lisboa, num hotel ali perto do Jardim Zoológico, e só regressar a casa no primeiro “expresso” da manhã. Uma grande tranquilidade era superior ao cansaço. Sabiam que aquele dia não mais se apagaria das suas vidas.






O Narrador vem pôr o ponto final. Vem dizer, para fechar, que muito ficou por contar mas que isso não acontece por sua exclusiva culpa. Dos Senhores não lhe apetece, a ele, dizer mais por agora – e se havia coisas para dizer… –; do Homem e da Mulher, do seu novo amigo e de outra gente, acabado este caso, por agora só há que dizer que voltaram à vida, à luta. Como aqueles dois disseram no final do dia.

4 comentários:

Maria disse...

Nem nos interessa o que aconteceu aos outros...
Linda a relação que se estabeleceu com o guarda republicano...
Vamos então à luta, já que acabaste a estória!

Abreijos

Anónimo disse...

Sim, vamos à luta.
Se vires o anjo da guarda republicana diz-lhe que em anjos como ele eu acredito
A estória foi boa, gostei. Acho que vou relê-la.

Campaniça

eulália disse...

:)

cheguei de férias faz amanhã duas semanas...sabes que mais? já precisava ir novamente!! apetece-me perguntar bem alto se está quase toda a gente a enlouquecer??!! pffffffffffff

abraços e umas fabulosas férias
;)

anareis disse...

Estou fazendo uma campanha de doações para meu projeto da minibiblioteca comunitária e outras atividade para crianças e adolescentes na minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,preciso da ajuda de todas as pessoas de bom coração,pode doar de 5,00 a 20,00. Doações no Banco do Brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 Que DEUS abençõe todos nos. Meu e-mail asilvareis10@gmail.com