adormecido e aberto.
Aqui me tiraram, de mim,
o monstro em mim alojado.
Aqui reacordei (ou renasci?),
no recobro do sentir e do ser.
Aqui, regressei da longuíssima viagem
e revi(vi) as caras queridas.
Aqui, nu, estiveram
todas as minhas misérias expostas,
isto é, postas em exposição
... no seu estado mais miserável.
Aqui gritei,
e todas as minhas dores vos foram ditas,
isto é, dores mal ditas
... e ouvistes o que queria calar.
Aqui volto,
e aqui me reencontro
cada vez que aqui volto.
(18.10.2007,
na enfermaria dos HUC onde fui operado a 14 e a 28.07.2006)
5 comentários:
E outro és, e outro serás sempre que lá voltares
como sempre sou outro
a qualquer lugar a que volte.
mas este é especial
e tu o sabes melhor que ninguém
... tanto como eu.
neste lugar
o reconhecimento é
sempre
mais difícil
porque o outro que fui
também era eu a não-ser
ou em risco de
Ficamos diferentes, continuando os mesmos, depois de riscos graves que corremos.
Assim o senti, pela primeira vez, há dezoito anos.
Foi só a primeira vez. Uma espécie de "treino" para o que se seguiu... Quatro vezes na sala branca, com gente em branco, com luzes brancas, quatro vezes me perdi, quatro vezes me (re)encontrei.
Ficamos diferentes, continuando a ser os mesmos....
Dois abreijos
O que é preciso é voltar, voltar sempre.
Quem me dera saber exprimir a dor, o infortúnio, a solidão como (só) tu consegues fazer!
Iria para lá mais vezes!
Assim, não vale a pena.
O importante é estares!
Aqui! onde quer que estejamos!
Um bj,
GR
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