Saigão (e não só)
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No cansado regresso a Ho Chi Minh Ville (ou City), fomos apanhados pela “hora de ponta” numa cidade de 8 milhões que se deslocam sobretudo em duas rodas. Verdadeiramente espectacular.
Entra-se num vespeiro de Hondas ou numa onda de Vespas (e multplicar-se-iam as marcas e os veículos sem marca). Circo! Milhares de malabaristas, nalguns casos famílias inteiras, um casal e duas crianças. Aparecendo de todos os lados e de todas as direcções. Desaparecendo por todos os lados e em todas as direcções. Cruzando-se milimetricamente, parecendo desafiar os carros, os de 4 rodas (“Vá! Atropelem-nos! Atrevam-se!”). Senhoras “todas produzidas” e de saltos altos, trabalhadores indiferenciados, transportadores de tudo. Alguns a falar ao telemóvel. Indescritível. Mas que tem de ser descrito… ou que tem de tentar sê-lo.
Um caso tem de ser contado (e tantos o teriam de ser!):
Um homem numa bicicleta no meio de uma multidão a circular. Com o porta-bagagens traseiro carregado até mais não. Em altura e em largura. Equilibrado no quadro da bicicleta, à sua frente, amparado pelos braços, um grande vaso com uma árvore. Cada vez que a perna direita empurrava o pé e o pedal para baixo, inclinava a cabeça para esse lado e espreitava o caminho e tudo o que cruzava, que o passava, que o ultrapassava, que quase lhe acertava, mas logo que, no movimento normal de pedalar, o pé direito chegava acima e era a perna e o pé esquerdo que serviam de embolo nesse lado era também a cabeça que, num movimento pendular, de metrónomo, se inclinava para a esquerda para ver o caminho, e tudo que o cruzava, que o ultrapassava, que ele ultrapassava.
Assim o vi, cabeça para a direita, cabeça para a esquerda, sei lá… como um limpa pára-brisas, vencendo espaço e obstáculos que, para ele, nem obstáculos eram.
De circo! A minha visão perdeu o homem numa bicicleta no meio da multidão, com uma árvore entre os braços presos ao guiador e a, pendularmente, inclinar a cabeça ora para a direita ora para a esquerda. A carrinha não perdoou o caminho a fazer. Até ao hotel. Não deu para fotografar.
Entra-se num vespeiro de Hondas ou numa onda de Vespas (e multplicar-se-iam as marcas e os veículos sem marca). Circo! Milhares de malabaristas, nalguns casos famílias inteiras, um casal e duas crianças. Aparecendo de todos os lados e de todas as direcções. Desaparecendo por todos os lados e em todas as direcções. Cruzando-se milimetricamente, parecendo desafiar os carros, os de 4 rodas (“Vá! Atropelem-nos! Atrevam-se!”). Senhoras “todas produzidas” e de saltos altos, trabalhadores indiferenciados, transportadores de tudo. Alguns a falar ao telemóvel. Indescritível. Mas que tem de ser descrito… ou que tem de tentar sê-lo.
Um caso tem de ser contado (e tantos o teriam de ser!):
Um homem numa bicicleta no meio de uma multidão a circular. Com o porta-bagagens traseiro carregado até mais não. Em altura e em largura. Equilibrado no quadro da bicicleta, à sua frente, amparado pelos braços, um grande vaso com uma árvore. Cada vez que a perna direita empurrava o pé e o pedal para baixo, inclinava a cabeça para esse lado e espreitava o caminho e tudo o que cruzava, que o passava, que o ultrapassava, que quase lhe acertava, mas logo que, no movimento normal de pedalar, o pé direito chegava acima e era a perna e o pé esquerdo que serviam de embolo nesse lado era também a cabeça que, num movimento pendular, de metrónomo, se inclinava para a esquerda para ver o caminho, e tudo que o cruzava, que o ultrapassava, que ele ultrapassava.
Assim o vi, cabeça para a direita, cabeça para a esquerda, sei lá… como um limpa pára-brisas, vencendo espaço e obstáculos que, para ele, nem obstáculos eram.
De circo! A minha visão perdeu o homem numa bicicleta no meio da multidão, com uma árvore entre os braços presos ao guiador e a, pendularmente, inclinar a cabeça ora para a direita ora para a esquerda. A carrinha não perdoou o caminho a fazer. Até ao hotel. Não deu para fotografar.
2 comentários:
Dá para imaginar, acho...
Que pena, daria uma boa foto.
Não viste grandes desastres?
Eu não saberia atravessar a rua, mas acharia muita graça, a todo esse movimento.
GR
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