faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

terça-feira, 21 de julho de 2015

Nem que seja só para dentro de mim ou em surdina

SILÊNCIO? NUNCA EU!

Teriam sido inúteis as dezenas de milhões de vítimas,
nos cercos e resistências, 
nas batalhas de Stalinegrado e de Leninegrado?
Para quê uma foice, um martelo, uma estrela vermelha 
no cimo do Bundestag?,
       se tão pouco durou para tanto sacrifício, 
       risco e sonho?
Porque é feriado o 1º de Maio e o 8 de Março? 
Para lembrar o quê?,                                      
       ou para esquecer em gozo de feriados?
Houve a Comuna de Paris, o 5 de Outubro, 
o 25 e o 2 de Abril?,
      ou foi só 28 de Maio, 25 de Novembro 
      e quejandas maldatas?
Merece ser memória e memorial o campo da morte 
no Tarrafal e outros lugares?,
      e os massacres na Baixa do Cassanje, 
      em May Ly, e os por aí, hoje?
À minha minúscula escala, valeu a pena os curros, 
a tortura, a prisão?,
      as mortes a descerem à rua?

AH!, VALEU!,
TUDO VALEU A PENA!

Somos e seremos o que lembrarmos e continuarmos,
Somos e seremos o que não esquecermos 
e não deixarmos esquecer:
       todas as duras conquistas que foram… 
       e tantas ficam…
       – algumas homem a homem, mulher a mulher, 
       luta a luta –
       que não conseguirão destruir, 
       de que não arrancarão a semente

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Os aviões dos Estados Unidos que vieram ”salvar a Europa”
       chegaram a aterrar ou foram logo 
       logo logo “ajudar” Hiroshima e Nagasaqui?
Levantam, como se magnânimos fossem, o cerco a Cuba?,
       e Guantánamo fica onde e como?

Não!, não quero uma versão parcial da História.
        Quero-a com um mínimo de verdade
A bandeira dos Estados Unidos – que só eu vi – estava a mais?
Não!, havia era outras a menos!
Ou nenhuma ou algumas…
       … até aliadas contra a barbárie vestida de suástica
Nunca só aquela. Visível e subliminar!

19.07.2015
Arabesque

e CineTeatro-Ourém 

1 comentário:

Justine disse...

Texto gritado, sofrido, lúcido e muito bem escrito.
E, claro, tens razão