Um dia destes chorei (*).
Estava a ver televisão, a viver uma manifestação e, ao ouver um grupo de manifestantes cantar o Acordai, dei comigo chorar. Disse cá para mim: "Tens de pensar nisto!".
E pensei. Como é sempre de um homem se pôr a pensar para que o mundo pule e avance-
Entre muita coisa pensada, pensei na comovente homenagem que aquele cantar representava para com o Fernando Lopes Graça e o José Gomes Ferreira. E ali encontrei uma das razões das lágrimas que se tinham soltado. Como aqueles dois camaradas (o músico e o poeta militantes) mereciam estar a ser cantados, ali!
Então não é que hoje recebi um mail em que, para se dar força ao que pretendia pôr-me a pensar, vinha lá isto:
IMPROVISO EM SOL MENOR
O Graça quando nasceu
Já lhe cantavam nas veias
Os sons da Terra e do Céu
Com claves e colcheias.
E assim foi que a nossa gente
- eu, tu, ele, nós e vós -
ouviu então finalmente
o sabor da própria Voz.
José Gomes Ferreira
(in Vértice nº 444/1981
- para os 75 anos de Lopes-Graça)
Não. Desta vez não chorei! Mas quase...
______________________________
(*)
Não é feio um homem chorar,
Ti´Maria!
O que é feio,
Ti'Maria!
É um homem ter vontade de chorar
e não chorar...
Ti'Maria!
por dizerem que é feio um homem chorar.
2 comentários:
Sabes que não choraste sozinho.
E estou convicta que muita gente que hoje faz coro no Acordai nem sonho quem escreveu o poema...
Beijo.
É belo um homem chorar!
Beijo
Enviar um comentário