Comecei por conhecer, dos animais, os cães e os gatos.
Um cão, com nome de Tarzan, foi meu companheiro de infância de filho único, foi membro da família, protegido e protector.
Aos gatos, via-os passar nos quintais das traseiras do velho bairro urbano ou às portas das carvoarias.
Também via pássaros cruzarem os ares. Andorinhas quando era tempo - e, então, ainda poucas das muitas vezes que já as reencontrei, ano a ano e tantos são -, pardais em todos os tempos e lugares. E nunca aprendi a distinguir outras, por mais lições que o menino da cidade tivesse tido do pai nascido na aldeia e que sabia identificar os piares, cores, nomes de todos os pássaros (arbéolas, cucos, ferreiros, melros, pintassilgos e pintarroxos, rouxinois, caracois e mais bichos mois). Nunca passei das andorinhas, dos pardais, dos pombos e, depois, das aves de rapina... todas iguais.
Ainda podia acrescentar, a essa descoberta do mundo animal, algumas visitas. As repetidas ao Jardim Zoológico e uma ao Aquário Vasco da Gama. Mas isso eram animais de um outro mundo. Não do meu.
Um cão, com nome de Tarzan, foi meu companheiro de infância de filho único, foi membro da família, protegido e protector.
Aos gatos, via-os passar nos quintais das traseiras do velho bairro urbano ou às portas das carvoarias.
Também via pássaros cruzarem os ares. Andorinhas quando era tempo - e, então, ainda poucas das muitas vezes que já as reencontrei, ano a ano e tantos são -, pardais em todos os tempos e lugares. E nunca aprendi a distinguir outras, por mais lições que o menino da cidade tivesse tido do pai nascido na aldeia e que sabia identificar os piares, cores, nomes de todos os pássaros (arbéolas, cucos, ferreiros, melros, pintassilgos e pintarroxos, rouxinois, caracois e mais bichos mois). Nunca passei das andorinhas, dos pardais, dos pombos e, depois, das aves de rapina... todas iguais.
Ainda podia acrescentar, a essa descoberta do mundo animal, algumas visitas. As repetidas ao Jardim Zoológico e uma ao Aquário Vasco da Gama. Mas isso eram animais de um outro mundo. Não do meu.
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Assim foram escorrendo os anos. Aprendendo e desaprendendo, construindo mundos e neles me integrando.
Assim foram escorrendo os anos. Aprendendo e desaprendendo, construindo mundos e neles me integrando.
Assim foi sendo até ter, dos mundos, um conhecimento (ou descoberta?) do mundo meu. Uno e múltiplo. Em que os homens também são bichos. Animais, quero eu dizer, uns bons, outros maus, os restantes assim-assim.
Teria havido tempo em que os animais falavam? Houve tempo em que acreditei que sim. Foi também das coisas que construi e desconstrui. Sei, hoje, que só o homem fala depois de ter tempos e tempos em que, sendo animal e pouco ser humano, não falou.
Do conhecimento dos animais soube, durante décadas e como se fosse ciência certa, que os cães comiam ossos e os gatos comiam espinhas. Dos restos das nossas refeições. E que os cães eram fieis e obedientes, os melhores amigos do homem, e que os gatos eram ladrões, ariscos, associais, pequenas e incorrigíveis feras.
As coisas que eu sabia! Ou as coisas que eu julgava saber!
Hoje, se em certas casas há cãezinhos que são companhia de senhoras idosas e sós que, para eles, fazem coletinhos de lã, nesta casa que é minha tenho um gato que é “gourmet” e que tem longas conversas com a que faz-de-dona (dele e minha), que aprendeu gatês com muita rapidez.
Teria havido tempo em que os animais falavam? Houve tempo em que acreditei que sim. Foi também das coisas que construi e desconstrui. Sei, hoje, que só o homem fala depois de ter tempos e tempos em que, sendo animal e pouco ser humano, não falou.
Do conhecimento dos animais soube, durante décadas e como se fosse ciência certa, que os cães comiam ossos e os gatos comiam espinhas. Dos restos das nossas refeições. E que os cães eram fieis e obedientes, os melhores amigos do homem, e que os gatos eram ladrões, ariscos, associais, pequenas e incorrigíveis feras.
As coisas que eu sabia! Ou as coisas que eu julgava saber!
Hoje, se em certas casas há cãezinhos que são companhia de senhoras idosas e sós que, para eles, fazem coletinhos de lã, nesta casa que é minha tenho um gato que é “gourmet” e que tem longas conversas com a que faz-de-dona (dele e minha), que aprendeu gatês com muita rapidez.
E também há cães vádios a roubarem o que lhes chegue ao dente e a vasculharem caixotes do lixo, e também há gatos que são abandonados e, em vez de voltarem à caça ancestral, pedem humana ajuda e abrigo e bom trato. Ele há tanta coisa. É a vida!
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Isto o mundo dá cada volta! Está sempre a dar…
Isto o mundo dá cada volta! Está sempre a dar…
3 comentários:
Há casas onde ser-se gato é um privilégio...
Cumplicidade completa, na fotografia.
:)))
Que estória bem contada!
(e estamos com novo "conhecimento" à perna, não é???)
Delícia de texto e de foto.
Mas o meu cão fala! e como tão bem nos entendemos!
Bjs,
GR
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