faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sábado, 26 de dezembro de 2009

Nataliando

Os aniversários só há que aniversariá-los; os natais só haveria que nataliá-los…
Por mais que tentemos fugir-lhes, todos os anos aí estão.
Este, aí esteve! Muito especialmente. Porque em família.
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Os natais! Ao mesmo tempo enternecedores e irritantes.
Enternecedores porque trazem ao de cima o melhor de nós: o gosto de oferecer, o prazer de receber, a solidariedade, a total desinibição na afirmação de que gostamos uns dos outros.
Irritantes pela razão da comemoração, por algum exibicionismo, pelo que se escondem provisoriamente.
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Neste, tudo isto poderia ser ilustrado. Sob o olhar-testemunho, frio e mudo, de Bento XV.
Mas guardo, para guardada ser, uma funda recordação deste natal. A imagem de uma família que nos acolheu e adoptou. "Gente boa", muito boa, Com um encantador casal de nonagenários, verdadeiramente sublimando ternura, os dois o centro de tudo, o nó afluente e irradiante. Bonito, muito bonito.
E angustiante. De várias maneiras, sendo a minha a de quem está tão mais perto deles, do casal de tão simpáticos velhinhos, e tão certo de saber que comigo não será assim se vier a durar quanto eles.
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Natal? Nunca mais! Até para o ano…

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