Na organização do tempo da sala, o Viriato Camilo sugeriu informação sobre o coro da Academia de Amadores de Música. O cancioneiro popular. As "heróicas".
Foram horas intensas. Com aulas práticas. Porque cantávamos. Nem sempre bem. Ou quase nunca bem (então eu!)… Apesar dos esforços do exigente Viriato.
Foi ali que descobri o Zé Gomes Ferreira.
Nesse entretempo, nasceu a Susana. A filha mais nova da Teresa e do Viriato.
Horas de alegria, de ansiedade, de sofrimento. Porque, nas condições finais da gravidez, com a Teresa numa angústia e numa excitada “roda-vida”, o parto foi muito complicado e fecharam-se as fontanelas da Susana (se isto que escrevo tem alguma coisa de científico nas relações causa-efeito…).
Para a Susana escrevera o Fernando Lopes Graça, que já era padrinho da Sílvia, a peça “para uma criança que vai nascer”.
A evolução da situação foi uma sucessão de choques que começámos por acompanhar. Ali. Impotentes. Procurando ser solidários. Foi um enorme choque, e uma vida e uma família toda a viver anos e anos esse grave problema. Com um cuidado e um carinho que acompanhei. Fica um pensamento muito solidário para a Teresa e a Sílvia, uma vez que o Viriato Camilo já há alguns anos morreu.
Ainda contaria, até para não acabar assim, que foi nessa sala que o Viriato nos falou a todos da Prelo Editora, e que eu comecei a entusiasmar-me com aquela coisa das editar livros. Até porque, nesse ano, uma edição da Prelo – o Matai-vos uns aos outros – recebera o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, e o autor, o Jorge Reis, escreveu um discurso que foi lido no jantar de entrega do prémio, e que foi lido por nós naquela sala da cadeia.
A entrega de um prémio a um livro, num jantar, com o autor exilado em Paris e o editor preso pela PIDE no Aljube. Que tempos aqueles…
Mas… mas na “sala dos operados”, foi curta a estadia. Foi um intervalo. De trânsito para Caxias.
Foram horas intensas. Com aulas práticas. Porque cantávamos. Nem sempre bem. Ou quase nunca bem (então eu!)… Apesar dos esforços do exigente Viriato.
Foi ali que descobri o Zé Gomes Ferreira.
Nesse entretempo, nasceu a Susana. A filha mais nova da Teresa e do Viriato.
Horas de alegria, de ansiedade, de sofrimento. Porque, nas condições finais da gravidez, com a Teresa numa angústia e numa excitada “roda-vida”, o parto foi muito complicado e fecharam-se as fontanelas da Susana (se isto que escrevo tem alguma coisa de científico nas relações causa-efeito…).
Para a Susana escrevera o Fernando Lopes Graça, que já era padrinho da Sílvia, a peça “para uma criança que vai nascer”.
A evolução da situação foi uma sucessão de choques que começámos por acompanhar. Ali. Impotentes. Procurando ser solidários. Foi um enorme choque, e uma vida e uma família toda a viver anos e anos esse grave problema. Com um cuidado e um carinho que acompanhei. Fica um pensamento muito solidário para a Teresa e a Sílvia, uma vez que o Viriato Camilo já há alguns anos morreu.
Ainda contaria, até para não acabar assim, que foi nessa sala que o Viriato nos falou a todos da Prelo Editora, e que eu comecei a entusiasmar-me com aquela coisa das editar livros. Até porque, nesse ano, uma edição da Prelo – o Matai-vos uns aos outros – recebera o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, e o autor, o Jorge Reis, escreveu um discurso que foi lido no jantar de entrega do prémio, e que foi lido por nós naquela sala da cadeia.
A entrega de um prémio a um livro, num jantar, com o autor exilado em Paris e o editor preso pela PIDE no Aljube. Que tempos aqueles…
Mas… mas na “sala dos operados”, foi curta a estadia. Foi um intervalo. De trânsito para Caxias.
4 comentários:
Velhinho velhinho ali na estante, o "Matai-vos uns aos outros", da Prelo, Novembro de 1972...
Estas tuas Histórias fazem-me recuar no tempo, mesmo... porque sempre ficam memórias...
Abreijos, com saudades!
(preciso de estudar Lopes Graça...)
Neste dia de Natal, foi bom ter lido estes momentos de solidariedade,amizade e luta.
Para os dois um bj com muitas saudades,
GR
como são boas as memórias...! hoje as minhas, entre outras, foram as festas de natal para os filhos dos operários da Lisnave...e andei o dia a cantar:
"quem faz o natal p'ra todos nós?
são os amigos (...)
a quem é que damos o melhor?
é aos amigos (...)
cada amigo nosso vale mais que um pai natal! (...)"
que saudades!! apeteceu-me vir também aqui cantar :)
abraços para todos
... e eu, aqui no Vietnam, a aprender, a aprender, a aprender (mas, tambem, a ver e a fruir), a ler palavras amigas e a ouvir-vos cantar, ja na curva para o regresso.
Como a vida pode ser boa...
Saudades e abreijos. Ate logo.
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