Todos prós (confiança!) & nenhumzinho contra
Eram quatro senhores
muito senhores,
muito senhores de si
e uma senhora,
muito senhora,
muito senhora em mi.
E muitos senhores,
e algumas senhoras,
tudo senhores (e algumas senhoras)
bem arreados e comportados
para assistir e aplaudir.
Eram quatro senhores
para nos devolverem,
não o dinheiro – não, esse, não! –
mas a confiança;
não o dinheiro,
que, esse, não sendo deles, deles é como se fosse,
todo, todinho, e mais algum que o Estado injecte.
Para nos devolverem a confiança
que parece andar perdida de nós,
de quem o dinheiro é, como se não fosse,
e que eles – os senhores – gerem e digerem.
Eram quatro senhores
(muito engravatados, muito emproados)
e uma senhora
(muito emplumada, muito produzida)
com confiança para darem (?) e venderem(-se)
e nós, nós, confiantes nos meliantes!,
a termos de pagar – outra vez – o que é nosso.
4 comentários:
Esta mania nossa de vermos programas destinados só a alguns adultos resulta nisto... tu fizeste poesia enquanto eu falei que me fartei contra o écrã...
Somos sempre os mesmos a pagar...
Abreijos
poesia... em dó (isto é, com dor na ialma), não esqueças!
Mas é preciso desabafar!
Beijos
... mas há-de raiar o Sol!
Abraço (sustenido)
Esta lenga-lenga, ao contrário das dos senhores e senhoras que retratas, não é para nos adormecer mas sim para nos abrir os olhos para o que se está a passar mesmo aqui à frente...Boa!
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