Porque a Maria me fez chorar.
E cantar. E contar:
Um dia, nesses tempos em que Portugal foi futuro, Paco Ibañez foi convidado (convocado!) a vir a Portugal participar numa iniciativa do CPPC.
Fiquei com a tarefa de o receber e acompanhar.
Lembro-me que de onde e em que voo chegaria, foi a primeira questão a que ninguém me soube responder. Nem havia tempo, nestes tempos, para essas minudências. Que eu me desenrascasse!
Desenrasquei-me. Usei conhecimentos na TAP e no aeroporto e, nesses tempos de companheirismo e solidariedade, foi possível saber que aquele passageiro vinha no voo de Paris que chegava às tantas horas à Portela. E lá estive eu, à espera de um homem com uma guitarra como bagagem.
Era grande o homem e grande foi o abraço. Tudo simples como as coisas mais complicadas.
Levei-o quase directo para o São Luís (ou foi no Trindade?). A iniciativa correu muito bem. Casa cheia, grande entusiasmo e um Paco Ibañez como nós, igualzinho a nós, a cantar e a fazer-nos cantar.
Acabada a sessão, um grupo (que se acuse se houver quem me leia e tenha ido…) foi cear a uma tasca ali nas traseiras da Avenida de Roma. Em convívio vivo e alegre e pela madrugada dentro. Outras voltas demos por lugares amigos e camaradas.
O Paco foi dormir as escassas hora que havia ainda para dormir a minha casa na Rua do Sol ao Rato, num quarto que por lá havia e onde tanta gente dormiu nesses tempos.
De manhã, numa manhã solarenta de Lisboa – ah!, como era linda Lisboa nesses tempos –, passeámos pela cidade e aportámos no pátio da cervejaria da Trindade para o almoço, antes de ter de o levar ao aeroporto. Conversámos animadamente, de memórias comuns, de amigos comuns, da sua carpintaria em Paris, dos futuros por que lutávamos, entre cervejas e percebes (acho que foram percebes) antes dos inevitáveis bifes.
Levei-o ao aeroporto. Um segundo abraço, igual ao primeiro mas diferente. Tão camarada como o primeiro, de amigos o segundo.
.
Nunca mais o vi. Poucos dias (ou meses, ou anos) depois, neste intervalo de 3 décadas, telefonei-lhe e abraçámo-nos pelo telefone. Depois… nunca mais. Tenho a certeza que ele, mesmo que não me reconheça, se lembrará daquele fim de tarde e noite e manhã da sessão da Paz num Portugal em revolução e de um amigo que o acompanhou.
Fiquei com a tarefa de o receber e acompanhar.
Lembro-me que de onde e em que voo chegaria, foi a primeira questão a que ninguém me soube responder. Nem havia tempo, nestes tempos, para essas minudências. Que eu me desenrascasse!
Desenrasquei-me. Usei conhecimentos na TAP e no aeroporto e, nesses tempos de companheirismo e solidariedade, foi possível saber que aquele passageiro vinha no voo de Paris que chegava às tantas horas à Portela. E lá estive eu, à espera de um homem com uma guitarra como bagagem.
Era grande o homem e grande foi o abraço. Tudo simples como as coisas mais complicadas.
Levei-o quase directo para o São Luís (ou foi no Trindade?). A iniciativa correu muito bem. Casa cheia, grande entusiasmo e um Paco Ibañez como nós, igualzinho a nós, a cantar e a fazer-nos cantar.
Acabada a sessão, um grupo (que se acuse se houver quem me leia e tenha ido…) foi cear a uma tasca ali nas traseiras da Avenida de Roma. Em convívio vivo e alegre e pela madrugada dentro. Outras voltas demos por lugares amigos e camaradas.
O Paco foi dormir as escassas hora que havia ainda para dormir a minha casa na Rua do Sol ao Rato, num quarto que por lá havia e onde tanta gente dormiu nesses tempos.
De manhã, numa manhã solarenta de Lisboa – ah!, como era linda Lisboa nesses tempos –, passeámos pela cidade e aportámos no pátio da cervejaria da Trindade para o almoço, antes de ter de o levar ao aeroporto. Conversámos animadamente, de memórias comuns, de amigos comuns, da sua carpintaria em Paris, dos futuros por que lutávamos, entre cervejas e percebes (acho que foram percebes) antes dos inevitáveis bifes.
Levei-o ao aeroporto. Um segundo abraço, igual ao primeiro mas diferente. Tão camarada como o primeiro, de amigos o segundo.
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Nunca mais o vi. Poucos dias (ou meses, ou anos) depois, neste intervalo de 3 décadas, telefonei-lhe e abraçámo-nos pelo telefone. Depois… nunca mais. Tenho a certeza que ele, mesmo que não me reconheça, se lembrará daquele fim de tarde e noite e manhã da sessão da Paz num Portugal em revolução e de um amigo que o acompanhou.
3 comentários:
E agora quem me fiz chorar foi este teu post...
Um beijo
Estou assim, como Maria diz.
Tanta lembrança.
Bj
a vida é feita de pequenos (grandes)nadas...lalarala ;)))
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