Nas viagens que então fizemos, algumas ficaram na memória com episódios a pedirem para ser contados como estórias de sussexo e de insussexo.
Eram conhecidas algumas características do senhor ministro (um jovem e corajoso capitão que tomara sozinho o aeroporto de Lisboa, em 25 de Abril de 1974), tal como a sua propensão para se relacionar intimamente com o belo sexo (que redonda maneira de dizer…).
Recebida a delegação – o ministro, um elemento de cada ramo das forças armadas e eu –, logo no almoço com o embaixador em Berlim, e respectiva esposa, houve um episódio que (talvez…) fique para outra estória.
Nesta, conta-se que a delegação, recebida com todas as honras, teve reunião com o ministro do trabalho de lá, e outras, e, para uma manhã, estava programada uma visita a instalações militares, da qual logo me exclui por ser paisano. Surpresa tive quando o ministro-capitão, no jantar da véspera, me disse que também não participaria na visita militar, e aproveitaria para ver comigo o discurso que eu estava a preparar para ele dizer na reunião da OIT, em Genebra, para onde seguiríamos depois.
Ora nessa manhã, após o pequeno-almoço, saíram os tropas, e ministro e eu voltámos aos nossos quartos com a combinação de nos encontrarmos mais tarde. Que eu lhe telefonasse…
Lá telefonar, telefonei... mas ninguém me atendeu. Pelo que resolvi ir à procura dele, convicto que fora erro de comunicação. Na recepção, disseram-me que o sr. ministro estava na sala de jogos, que era na cave, a jogar ping-pong com a intérprete (que me esqueci de dizer que era… uma verdadeira estampa!).
Por dever de ofício, fui lá abaixo. E deparei com uma maneira muito diferente de praticar desporto: uma esbelta alemã a fugir à volta da mesa de ping-pong, com um ministro português a correr atrás dela. Inopinadamente, pus fim àquela modalidade desportiva com pouco futuro.
Acho que o ministro nunca me perdoou…
2 comentários:
és o que se chama um 'desmancha prazeres'...
:))))
Bem contada, a estória:))
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