faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Para reflexão e uso próprio


CIDADANIA(S)
uma leitura


A perspectiva-concepções que o ser humano vai formando e tendo – de si próprio, da vida, do mundo –  extrema-se entre o olhar para o umbigo pelo interior das suas entranhas, todo enrolado dentro de si, e o que sente e vê com os olhos atirados para fora só a verem à volta, abaixo e arriba, uns verdadeiros cata-ventos.
Outras imagens poderiam ajudar a estas redutoras simplificações e adjectivações. Como a de observar ao microscópio as minúcias invisíveis ou a de usar lentes macroscópicas para ver o que o olho desarmado nem vislumbra à distância de anos-luz. Como a de o ser humano muito se preocupar e só se ocupar com ninharias, ser um coca-bichinhos, ou de o ser humano de tudo se despreocupar, nada o ocupar, ser um cabeça-de-vento.

Não juro, mas estou quase certo que não há casos estremes, exemplares puros. Toda uma imensa gama se estende entre as duas fronteiras. Diria mesmo que cada ser humano é – enquanto é – único.
Depois, nessa misturada que forma e em cada momento transforma o ser humano, nessa miscigenação de genes e de circunstâncias que cada um é, há encontros, desencontros, e encontrões. Há o com-viver, há a socialização. A cidadania…

As cidadanias (a vivência em colectivo, socializada, nas cidades pelo mundo) sempre mais próximas – por terra, por mares, por ares, por ondas… magnéticas ou o que são ou vierem a ser – e sempre mais interdependentes. Interdependência assimétrica mas interdependência inevitável e inelutável.

Com a informação a ganhar cada vez mais determinação.

Em que mundo vivemos?, como o humanizar?
… ou como, um-a-um e em grupo(s), impedir que se deshumanize (mais…), ou – até! – que se destrua?


23/24.10.2018

1 comentário:

Justine disse...

texto para pensar, perguntas de muito difícil resposta...