CIDADANIA(S)
uma leitura
A perspectiva-concepções que o ser humano vai
formando e tendo – de si próprio, da vida, do mundo – extrema-se entre o olhar para o umbigo pelo
interior das suas entranhas, todo enrolado dentro de si, e o que sente e vê com
os olhos atirados para fora só a verem à volta, abaixo e arriba, uns verdadeiros
cata-ventos.
Outras imagens poderiam ajudar a estas redutoras
simplificações e adjectivações. Como a de observar ao microscópio as minúcias
invisíveis ou a de usar lentes macroscópicas para ver o que o olho desarmado
nem vislumbra à distância de anos-luz. Como a de o ser humano muito se
preocupar e só se ocupar com ninharias, ser um coca-bichinhos, ou de o ser
humano de tudo se despreocupar, nada o ocupar, ser um cabeça-de-vento.
Não juro, mas estou quase certo que não há casos
estremes, exemplares puros. Toda uma imensa gama se estende entre as duas
fronteiras. Diria mesmo que cada ser humano é – enquanto é – único.
Depois, nessa misturada que forma e em cada momento
transforma o ser humano, nessa miscigenação de genes e de circunstâncias que
cada um é, há encontros, desencontros, e encontrões. Há o com-viver, há a
socialização. A cidadania…
As cidadanias (a vivência em colectivo, socializada,
nas cidades pelo mundo) sempre mais próximas – por terra, por mares, por ares, por
ondas… magnéticas ou o que são ou vierem a ser – e sempre mais interdependentes.
Interdependência assimétrica mas interdependência inevitável e inelutável.
Com a informação a ganhar cada vez mais determinação.
Em que mundo vivemos?, como o humanizar?
… ou como, um-a-um e em grupo(s), impedir que se
deshumanize (mais…), ou – até! – que se destrua?
23/24.10.2018
1 comentário:
texto para pensar, perguntas de muito difícil resposta...
Enviar um comentário