faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

terça-feira, 11 de setembro de 2018

EM VELHO CIMENTO


EM VELHO CIMENTO

Envelhecer é fácil. É rápido. É para milhões. Mas não é para todos… há os que ficam pelo caminho.
O que é difícil é em-velho-ser. Pessoalmente, o que é mesmo muito complicado é o estado em-velho-sou.
Em que estou. De passagem.
E é duro saber que se vai, não tarda muito, “sair de cena” (Philip Roth).
Angustia a consciência de estar “no caminho do nunca” (Jaime Gralheiro, sem interrogação). Tantos passos e gestos e actos que nunca mais, embora lendo e escrevendo “nunca digas nunca mais” (em todas as línguas).
Não amacia estas ásperas certezas e as sempre menos vésperas “um homem sorrir à morte com meia cara” (José Rodrigues Miguéis).
Pouco vale o recurso a citações de prosadores (como de poetas abundaria… já Bocage não sou…) e tentar exercícios de estilo originais e perenes.
Melhor se diria prosa(de)dores. Que elas tantas são, por fora e dentro do corpo, que mais que enumerá-las melhor seria dizer o que não dói!

D’esta Festa em que me vi(vi) em-velho-sido.
10.09.2018

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