faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

domingo, 12 de novembro de 2017

leão que já fui -1

"Leão" que já fui. E "doente". E "leão de Ourém" (tinha de ser...)

Nasci e cresci em ambiente nada desportivo e futebolístico. Mas o "bichinho" foi-se infiltrando... 
(já conto)

1. Filho único em família pequeno-burguesa, cedo senti o peso e a responsabilidade de vir a ser a realização dos seus sonhos frustrados, por inalcançáveis. Enquanto eu criava os meus próprios sonhos. Por vezes, sonhos em fricção surda ou até em conflito calado. Uma eterna questão: a de se querer que outros (e os nossos, antes de todos!) sejam ou façam o que não pudemos ser ou fazer. Mas adiante...

Meu pai gostava que eu o acompanhasse, e eu - miúdo  - gostava de o acompanhar. Um dia, tinha aí 6/7 anos, sem saber ao que ia fui com ele a um campo de futebol. Já no local, para mim novidade, explicou-me que estávamos numa festa de despedida do Adolfo Mourão, seu colega de trabalho na Gomes & Rodrigues, Lª (no Largo D. Estefânia), como jogador de futebol do Sporting... pois já chegara aos 30 anos.
Foi assim que assisti, com o encantamento das primeiras descobertas, ao primeiro jogo de futebol e a todo o cerimonial de uma homenagem a um grande jogador.
Vim a saber, logo que me foi possível (e agora confirmo pelo Google!), que Mourão tinha sido extremo-direito do Sporting desde os 16 anos, e internacional 17 vezes num tempo em que havia poucos jogos desses, e que um deles fora um "amigável" contra a Alemanha em 1936 (em que o Adolfo se não teria sentido deslocado... mas teria estado entre os seleccionados portugueses que, no Jogos Olímpicos que se seguiram em Berlim, não fizeram a saudação nazi).
Ao longo da adolescência fui-me informando e criei uma "cultura" desportiva-futebolística (ou memória) que por vezes me surpreende. Como agora, em que sei - sem recurso a qualquer ajuda ou "cábula" - que quem substituiu Mourão como extremo-direito do Sporting foi Armando Ferreira, que terminou cedo a sua carreira de futebolista por ter fracturado um menisco, e depois Jesus Correia, que também jogava hóquei no Paço d'Arcos... e trabalhava no Grémio dos Armazenistas de Mercearia.
E assim chegamos aos "5 violinos", mas estas (boas) recordações ficam para mais tarde. 

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