Ontem, antes de "ir para a cama" ainda deixei, no meu intermitente diário que são os dias de agora, uma pequena crónica nocturna (a propósito, tenho de ir ouvir o Silvio Rodriguez):
No dia em que Catarina Furtado nasceu
O dia em que Catarina Furtado nasceu foi nos tempos outros em que andava num virote e tinha muito protagonismo. Pelo menos aparente (e quando é que o protagonismo não é aparência?).
Entre muitas outras andanças, colaborava com a equipa que viera do Zip-Zip televisão para o Tempo Zip rádio.
E que equipa! Da televisão vieram todos (menos os baladeiros, a não ser de vez em quando), o Fialho Gouveia, o Carlos Cruz, o Zé Nuno Martins, e o Raul Solnado a “patronar”. Juntou-se-lhes o Joaquim Furtado e o João Paulo Guerra. Se não foi exactamente assim e se a cronologia está errada, qual é o problema? É assim que me lembro...
O que sei é que quiseram formar equipa com os que eles diziam os melhores e, da economia, só podia ser eu... pois claro!
O lançamento do programa foi espectacular. Num voo fretado à TAP sobre Lisboa nocturna, com convívio e ceia, a seguir na Rádio Renascença, ao lado do Governo Civil.
Lá do alto, sobre Lisboa, cada um dos colaboradores tinha de falar sobre o que quisesse, e lembro-me que saudei os que não estariam a ouvir o programa porque na manhã o trabalho começaria cedo, dizendo que a eles iria dedicar os meus tempos-Zip.
De mais duas coisas me lembro. Foi durante o convívio na Rádio Renascença que se soube da notícia que os Beatles se tinham dissolvido; foi aí, nesse convívio, que começou a minha amizade com o Manuel Freire a partir do seu comentário sobre a minha intervenção nas alturas.
Ainda uma coisa de 1970: quando nasceu o Gonçalo, a equipa deu-lhe o nome de bebé Zip-Zip e ofereceu-me (para ele…) um boneco de peluche que era o símbolo Zip.
Fui colaborando na rádio, não me ficando pelo Tempo Zip, e mantendo relações de boa convivência com aquele, ou naquele, meio.
Quando havia qualquer coisa de economia para dizer, ou um programa em que se quisesse falar de economia, lá ia eu. Por exemplo, o Dia positivo e a Economia ao pequeno-almoço.
Há episódios que não esquecerei, como uma vez, com o Zé Nuno Martins, enquanto esperávamos tempo para uma gravação, termos tido de ouvir um comunicado do Ministério da Educação Nacional sobre uma situação de agitação estudantil, termo-nos entretido a perturbar o comunicado com piparotes no microfone e uns tossicares que tinham de passar por deficiências técnicas.
Bom, mas no dia em nasceu a Catarina Furtado, diz o Google que foi em 25 de Agosto de 1972, soube do evento – de que não se podia prever a importância... – num qualquer espaço ou tempo radiofónico, e fui a correr à livraria-discoteca Opinião (de que, aliás, era sócio) comprar um disco da Odetta (vinil de 33 rotações), que, continuando a correr, fui oferecer ao feliz pai.
Quem é que sabe ou se lembra disto? Só eu!
Pois foi assim. No dia em que a Catarina Furtado nasceu. Tenho de lhe contar. Ou já será tarde?
2 comentários:
Velhos tempos - ou tempos novos???
Crónica fantástica!!! Engraçado ter passado esse dia (o da publicação da crónica... dado que no dia em que nasceu a Catarina eu não existia) a ouvir o Silvio
http://www.youtube.com/watch?v=PPIAr09lM08&feature=player_embedded
Abraço...
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