NO MEIO DO CAMINHO do anónimo do século xxi
Para este domingo
No Meio do Caminho
Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
NO MEIO DO CAMINHO das minhas infatigáveis memórias
Num dia de 1982 (faz mais dia menos dia de há 35 anos), num sala de um teatro da Praça de Espanha, na apresentação da 1ª edição do MEMORIAL DO CONVENTO, José Saramago começou a sua fala, na voz um pouco gaguejada, a dizer aos amigos que o acompanhavam que "no meio do caminho tinha uma pedra...", e leu o poema do Carlos Drummond de Andrade. A pedra no meio do caminho do Zé chamava-se Convento de Mafra e muito o acompanhou para o resto do caminho que ele percorreu.
"Nunca me esquecerei desse acontecimento/Na vida de minhas..." infatigáveis memórias.
1 comentário:
Donde se conclui que a poesia é uma linguagem universal...
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