Façamos um pequeno exercício:
Há 40 anos, um operário com 20
anos, com os meios que lhe eram postos à disposição, fazia um produto.
Produzia.
Era ele, em 48 horas semanais,
mais 19 camaradas, e produziam 1.000 peças desse produto por mês.
20 anos passados, esse operário
(com a mesma aptidão acrescida de experiência e alguma eventual formação), mas
com outros meios entretanto criados por outros trabalhadores e postos à sua
disposição, continua a produzir. Com a sua força de trabalho.
Mas já será em 40 horas de
trabalho, e com 9 camaradas, e produzindo 2.000 peças desse mesmo produto por
mês
A culpa é nossa, por ainda
estarmos vivos
A culpa é deles, por terem sido
paridos
Como foi nossa, por termos nascido
Como será deles se teimarem
sobrevivos
Não há segurança social que
resista a tanta longevidade
Não há trabalho decente que
chegue para tanto licenciado
Não há tectos para tanta gente
que vive (?) sem abrigo
Não há restos e sobras de
cada-vez-mais abastança de alguns
que matem tanta fome a crescer em
cada-vez-mais.
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