Estória de uma gralha
«O senhor ministro, lider de partido, ex-jornalista-director de jornais para intrigar, comprador de submarinos por forma que - lá fora... - leva outros a tribunal, com passagem por universidades novas e novas universidades, malabarista costumeiro e contumaz, puxou os punhos da camisa, ajeitou o nó da gravata e a banda do casaco, pigarreou e ditou, com o seu ar imperativo, para a secretária ou secretário favorito:
"... sendo assim, tomei a decisão clara e revogável de..."
A secretária (ou o secretário?), embevecida/o com a pose e a pompa da circunstância e a postura imperiosa ou imperial, teve um momento de desconcentração, de que logo recuperou, e escreveu:
"... sendo assim, tomei a decisão, claro irrevogável, de..."
Tudo se explica, e comprova como um pequeno pormenor pode mudar os rumos da História... e reforçar a desacreditação de quem já não tinha credibilidade nenhuma.»
A propósito, ou a despropósito,
lembrei-me de como começa
a História do Cerco de Lisboa do Saramago.
1 comentário:
Excelente!
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